O painel de abertura da CCXP 2018 foi uma homenagem ao cineasta Chris Columbus
, responsável por diversos filmes que marcaram crianças de diferentes gerações. O americano de 60 anos, em sua primeira vez no Brasil, falou sobre seu legado, se encantou com amor dos brasileiros por alguns de seus filmes e o entusiasmo com a Netflix.
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Antes de anunciar Chris Columbus no auditório Cinemark, o apresentador do painel Eric Borgo apresentou um curta para celebrar o fato da CCXP 2018 ser “a maior de todos os tempos”. O vídeo, bem no espírito dos filmes mais famosos de Columbus, mostrou crianças descobrindo HQs e se vestindo de heróis.
Mais tarde o cineasta disse que durante sua infância, em uma cidadezinha de Ohio, se refugiava nas HQs da Marvel e queria ser ilustrador. Só quando viu pela primeira vez “O Poderoso Chefão” que percebeu que “queria dirigir filmes”.
Redescobrindo um legado na CCXP 2018
Columbus confessou surpresa com o status de seu cinema oitentista e expressou preferência por “Gremlins”, que escreveu e produziu, mas disse que passou a compreender melhor o peso de “Goonies”, do qual também foi roteirista, quando começou a fazer “ Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Ele reconhece a importância do filme pelo elo emocional criado junto aos fãs.
O cineasta mostrou-se surpreso com a receptividade dos brasileiros a “O Homem Bicentenário” (1999), que teve uma de suas cenas apontada como as preferidas dos fãs brasileiros em uma enquete promovida pela organização do evento. Borgo tentou contextualizar dizendo que o filme é um “clássico da Sessão da Tarde” por aqui e deixou o cineasta positivamente surpreso com o efeito do drama sobre os brasileiros.
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Ainda sobre “O Homem Bicentenário”, ele comentou que Robin Willians foi um ator especial de se trabalhar. “Ele dava o seu melhor o tempo todo e sempre queria reagir da melhor maneira possível aos outros atores”, recordou-se o diretor que também dirigiu o ator morto em 2014 em outro clássico dos anos 90, “A Babá Quase Perfeita” (1993).
Filme favorito e novos projetos
Columbus falou bastante sobre seu novo filme, “Crônicas de Natal”, que produziu para a Netflix e revelou que trabalhar com Kurt Russell foi uma das experiências mais prazerosas de sua carreira. Por falar na plataforma de streaming, o cineasta mostrou entusiasmo com as possibilidades ensejadas pela gigante do entretenimento.
“Essas adaptações de HQs são muito legais, mas os estúdios deixam de fazer filmes originais e a Netflix está reservando grandes orçamentos para fazer esses filmes”, observou sobre a lacuna na indústria que a empresa está preenchendo. Ele vê o modelo d enegócio desenhado pela Netflix, de lançar filmes no cinema e disponibilizá-los após curta janela globalmente em sua plataforma, como “o futuro do cinema”.
O cineasta falou muito pouco sobre “Harry Potter”, mas confessou que tinha “medo de ter que se esconder na Rússia caso fizesse uma cagada muito grande”, mas entregou qual o filme que mais gosta em sua filmografia. “’É Rent, os boêmios” um filme que pouca gente viu, mas que quando vi a montagem na Broadway me apaixonei e fui muito feliz de conseguir pôr no filme quase todo o elenco original”.
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Com Columbus e muita nostalgia, CCXP 2018 não poderia ter tido um pontapé inicial mais feliz.
*Com reportagem de Gabriel Mendonça