O debate streaming x salas de cinema acaba de ganhar um novo capítulo, com a Netflix brigando pelo Oscar. O streaming tem fortes chances esse ano, liderados por “ Roma ” de Alfonso Cuarón.

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"Roma" ganhará exibição nos cinemas antes de chegar a plataforma, numa tentativa da Netflix de emplacar o filme no Oscar

Essa não é a primeira temporada de premiação que vemos a Netflix brigando pelo Oscar , mas é a primeira que a empresa decide “abandonar” sua principal característica de ser online e decide exibir seus filmes nas telonas. Com isso, “Roma” será exibida em alguns cinemas nos EUA por três semanas antes de chegar na plataforma em 14 de dezembro. Ainda não há confirmação se o filme terá o mesmo caminho no Brasil.

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Além disso, “Caixa de Pássaros” com Sandra Bullock e “The Ballad of Buster Scruggs”, dirigido pelos irmãos Coen também terão uma semana nas telonas, com lançamento previsto também para dezembro na Netflix.

Desde sua entrada forte nas produções cinematográficas, a Netflix tenta inserir um filme na lista de indicados da maior premiação do cinema americano. Em 2015 a campanha em cima de “Beasts of no Nation”, foi forte, mas o longa só chegou ao Globo de Ouro.

O streaming, porém, ainda sofre muita resistência justamente por disponibilizar seu conteúdo somente na internet. Para muitos cineastas, a experiência de ver um filme está muito atrelada as grandes telas de cinema, e alguns defendem que essa característica é essencial para as produções. Foi por isso que a Netflix ficou de fora da competição em Cannes em 2018, depois de gerar um grande debate em 2017, quando pode participar pela primeira vez.

Na época, o presidente do júri Pedro Almodóvar chegou a admitir que um filme que não é exibido nos cinemas não deveria ganhar a Palma de Ouro e a Netflix chegou a ser vaiada antes da exibição de “Okja”. Para este ano, eles mudaram de novo a regra, impedindo que a plataforma pudesse competir.

Mas, se por um lado muitos defendem a força das salas de cinema, por outro, a plataforma online segue recrutando fortes nomes para assinar suas produções. Nos últimos anos, alguns dos principais artistas de Hollywood assinaram para desenvolver trabalhos no streaming, e os frutos começam a ser colhidos com essa leva de 2018.

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Para acalmar os ânimos e se garantir na temporada, a Netflix cedeu e vai colocar suas principais apostas nas telonas. Não há como prever o que isso representará para os filmes de Bullock e dos Coen, mas para “Roma” é um bom impulso. Com boa recepção em festivais, o filme está praticamente garantido como Melhor Filme Estrangeiro, mas essa cartada final poderia colocá-lo na lista dos Melhores Filmes.

Netflix brigando pelo Oscar

Casey Affleck foi premiado no ano como melhor ator em “'Manchester à beira-mar”, filme da Amazon
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Casey Affleck foi premiado no ano como melhor ator em “'Manchester à beira-mar”, filme da Amazon

A Netflix está sedenta e isso não é segredo para ninguém. Mas, para um serviço conhecido por ser vanguardista, a empresa demorou demais para adaptar sua estratégia. Os assinantes do serviço querem ver filmes premiados, mas o que eles querem mesmo são novidades no  conforto de suas casas.

Enquanto o streaming tentava cavar sua vaga no Oscar sem abrir mão de nada, a Amazon chegou primeiro e soube dosar melhor seu conteúdo para os assinantes, e suas capacitações como estúdio que produz filmes premiados. Em 2017, eles conseguiram emplacar seis indicações nas principais categorias: ator, atriz coadjuvante, ator coadjuvante, roteiro, direção e melhor filme, conquistando duas delas. A diferença é que a Amazon sempre lançou suas produções no cinema.

O debate

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"Caixa de Pássaros", estrelado por Sandra Bullock também terá breve passagem nos cinemas americanos

A discussão sobre se um filme deve ou não passar nos cinemas é boa e tem argumentos válidos dos dois lados. Se o futuro das produções está na internet, as telonas ainda tem um poder especial de exibição. A questão é que as empresas que produzem conteúdo na internet não parecem dispostas a entrar nesse diálogo.

É evidente que a Netflix brigando pelo Oscar é o único motivo deles se importarem com a exibição nos cinemas. Em um período que a indústria cinematográfica hollywoodiana corre séries riscos de ser monopolizada , defender a arte ficou em segundo plano.

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