"Matar uns aos outros quando o mundo já pertence aos mortos não me parece certo", observa Rick Grimes (Andrew Lincoln) a Daryl (Norman Reedus), apontado pelos salvadores como suspeito de matar um dos seus. "Warning Signs" , terceiro episódio do nono ano de "The Walking Dead", flagra o protagonista vendo ruir sua esperança transfigurada em plano de comunidades vivendo harmonicamente regidas por leis comuns.

Cena do terceiro episódio de The Walking Dead, em que Maggie tem uma epifania que pode mudar a balança de forças
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Cena do terceiro episódio de The Walking Dead, em que Maggie tem uma epifania que pode mudar a balança de forças

Desde que Angela Kang assumiu o controle criativo da série, "The Walking Dead" tem recuperado o vigor dos primeiros anos no desenho dos conflitos e na arquitetura da ação. Em todos os episódios há movimentação política, zumbis, cenas de ação e evolução de conflitos dramáticos. É o momento mais equilibrado da série desde a terceira temporada, ambientada na prisão.

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A angústia move "The Walking Dead"

Tensão, terror e vingança em Warning Signs, terceiro episódio do nono ano de The Walking Dead
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Tensão, terror e vingança em Warning Signs, terceiro episódio do nono ano de The Walking Dead

Os produtores anunciaram que faltam dois episódios para a despedida de Rick Grimes da série e todo o material promocional valoriza essa realidade. Faz sentido do ponto de vista do marketing, afinal, o programa amarga a pior audiência de sua história , mas do ponto de vista narrativo é algo desnecessário. O espectador intui o prenúncio da tragédia. 

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Sob o comando de Kang, a série organiza muito bem seus conflitos. O reencontro com a civilidade, com a humanidade perdida em um mundo que todos nós nos acostumamos ser tão cruel não é algo fácil. "A visão de Rick é a certa para o futuro. É melhor para Hershel", observa Maggie (Lauren Cohan) em conversa com Daryl enquantam caçam o responsável por detonar uma crise no idilío comunitário de Rick. Mas ela mesmo admite dificuldades de conseguir superar tudo o que os salvadores fizeram e ela se ressente de Rick manter Negan (Jeffrey Dean Morgan) vivo.

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Há espaço para recomeços em um mundo em que é olho por olho e dente por dente?

O grande mérito dessa nona temporada até aqui, além de pavimentar dramaticamente os conflitos que podem ser responsáveis pela despedida do protagonista da série, está em problematizar a opção de Rick constantemente e, com isso, inquietar a audiência que sempre esteve com ele. Com seu ponto de vista. É um raciocínio dramático poderoso, além de uma opção narrativa esperta. Afinal, o público absorveu a verdade de que naquele universo é preciso estabelecer algum grau de concessão às normas cívicas e que, em algum nível, a ideia de Rick já dera errado em outras oportunidades.

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A ou B?

Rick Grimes e Michonne em momento familiar em The walking Dead
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Rick Grimes e Michonne em momento familiar em The walking Dead

O episódio mostra outra traição de Jadis (Pollyanna McIntosh) e dá os primeiros indícios concretos dos sussurradores e os relaciona àquele helicóptero que vimos algumas vezes desde a primeira metade do sétimo ano. Ela está traficando pessoas que são classificadas como A ou B e, embora descubramos que o padre Gabriel (Seth Gilliam) é A, pouco descobrimos a que essa categorização de humanos se refere. 

"Warning Signs" foi um episódio de grande impacto emocional e que mostrou que Rick Grimes já não ostenta o apoio de outrora. Como essa oposição, em um mundo que desaprendeu a viver em paz, irá se dar é algo que alimenta expectativas e abastece "The Walking Dead" de uma força dramática que não se fazia presente há algumas temporadas.

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