Protagonizada por Samuel, um jovem que cresceu antes do tempo devido às circunstâncias da vida, “Elite” é a nova série da Netflix e aborda o mundo escolar com toda a maldade que "Gossip Girl" já mostrou, com todo o contraste social que já vimos em “The O.C: Um Estranho no Paraíso”, porém abusando mais do suspense, do sexo e da obscuridade.
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“ Elite ” começa com o desabamento do teto de uma escola na Espanha. Como medida de se manter os ânimos da imprensa, a construtora paga a três alunos presentes no fatídico dia uma bolsa de estudos para adentrar ao instituto de ensino mais caro do país, Las Encinas. São eles Samuel (Itzan Escamilla), o protagonista, Nadia (Mina El Hammani), uma menina arabe, e Christian (Miguel Herrán), um bonachão que tenta resolver seus problemas através de pequenas brechas da vida.
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Advindos da periferia, os três personagens se confrontam com outra realidade ao chegarem a Las Encinas. Após lidar com os obstáculos clichês, todos eles se encontram suspeitos de um crime, que se desenrola em pequenas camadas de sangue, sexo e ódio. No meio de todos esses laços de caos, encontramos o protagonista pobre encantado pela menina rica.
“Elite” e o bom roteiro
Apesar da história parecer conhecida por muitos, os criadores Dário Madrona e Carlos Montero elaboraram no projeto uma série de fatores imprevisíveis, que ao mesmo tempo que acrescenta interesse à trama, faz os personagens evoluírem - positiva ou negativamente.
Com o passar dos capítulos, o espectador se vê entrelaçado com o suspense que move o seriado e com o futuro dos personagens, que querendo ou não provocam comoção a quem assiste.
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Personagens bem construídos
Nadia, por exemplo, é uma menina árabe que vive confrontos diários, dentro e fora de casa, para deixar de ser uma pessoa qualquer e tornar-se um ser humano notável, alguém que possa mudar as regras da vida e, principalmente, sua vivência pessoal de pobreza e opressão.
Em casa, rebaixada por seu pai e seus costumes rígidos. Na escola, a dificuldade em se adaptar, a convivência com o racismo, a xenofobia, a dificuldade em manter seu Hijab e a luta para ser a melhor da sala diante de conspirações de suborno de professores e acordos em troca de sigilo sobre informações delicadas. A personagem é tão bem construída que abre espaço para inúmeras discussões sobre os costumes árabes, os direitos das mulheres e até a homossexualidade.
Contraste social
A produção traz consigo uma forte crítica ao contraste social. Onde alguns não têm dinheiro nem para comer enquanto outros gastam para se distrair. É nesta parte, que a atração da Netflix se assemelha a “Gossip Girl”. Samuel, o menino pobre, entra em um romance com Marina, a menina rica e problemática, no entanto até onde alguém iria por paixão?
Trabalhando para sustentar a casa em plena adolescência, Samuel se vê em dificuldades ao ter que acompanhar Marina em eventos dos quais não possui vestimenta adequada, em ter que conquistar a família preconceituosa da amada e ter de lidar com as pressões escolares.
Christian e Nadia também não ficam fora dessa. Vindos de um lugar de pobreza, o mesmo que Samuel, eles encontram dificuldades em penetrar em uma sociedade mais rica que eles e que, principalmente, não quer aceitá-los.
Cotas, injustiça e sexualidade
Abordando sexualidade e gênero como a evolução dos seres humanos, a atração também retrata outros assuntos de relevância, tais como o sistema de cotas, racismo, injustiças policiais, vícios em drogas, homossexualidade entre árabes e contraste social com maestria. Sempre didático, o espectador pode sair de duas maneiras: surpreso ou com horizontes novos.
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Com protagonistas fracos, é nos núcleos adjacentes que " Elite " garante seu ouro. Apesar de tudo girar em torno de um crime, não se acanhe, diferente do "Scooby Doo" este culpado só se descobre realmente no final.