Mães costumam render prêmios na categoria de Atriz Coadjuvante nesta década e em 2018 três atrizes concorrem por papeis em que a maternidade é o foco absoluto. A favorita é Allison Janney, 58, que já ganhou Globo de Ouro, Bafta, SAG e Critic´s Choice Awards, entre outros prêmios.
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Em “Eu, Tonya”, Allison Janney vive a mãe megera da protagonista, uma patinadora cheia de problemas emocionais vivida pela também indicada Margot Robbie. Janney não só humaniza uma figura controversa e antipática, como legitima muitas das atitudes de uma personagem ingrata com uma atuação muito bem urdida. Outra indicada que vive uma mãe às turras com sua filha é Laurie Metcalf , 62, que por “Lady Bird” recebe sua primeira indicação ao prêmio. Sua atuação é mais para dentro do que a de Janney. Há menos sarcasmo e espetáculo e talvez por isso o favoritismo não seja seu.
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Fechando a trinca de atrizes defendendo papeis de mãe está Mary J. Blige , que ainda concorre com canção por “Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi”. A cantora e atriz de 47 anos, portanto, já estreou no Oscar duplamente indicada. Ela ostenta também dupla estatística na disputa já que também é cantora e cantoras costumam triunfar entre as coadjuvantes como provam Jennifer Hudson e Mo´Nique. Esta é, ainda, a categoria com maior índice de vitória de intérpretes negros entre todas as categorias de atuação.
Foi justamente Mo´Nique por “Preciosa” em 2010 que abriu a rotina de atrizes defendo mães triunfando aqui. Depois dela vieram Melissa Leo, por “O Vencedor” em 2011, Patricia Arquette por “Boyhood” em 2015 e Viola Davis, por “Um Limite Entre Nós” no ano passado.
Jogo de opostos
A veterana e inglesa Lesley Manville finalmente recebeu sua primeira indicação ao Oscar, aos 61 anos, pelo papel da irmã do irascível Reynolds Woodcock de Daniel Day Lewis em “Trama Fantasma”. Habitual colaboradora de Mike Leigh, a atriz já esteve cotada para receber uma nomeação por filmes como “Segredos e Mentiras” (1996), “Um Ano Mais” (2010), entre outros. Por mais que esteja fantástica no pouco tempo em cena que tem no filme de Paul Thomas Anderson, a indicação já soa como uma demorada e adiada vitória.
Se Lesley Manville é uma atriz sempre nova e oxigenada que carecia de reconhecimento, o mesmo não se pode dizer de Octavia Spencer, a única que já ostenta não só indicações, como vitória no Oscar. Aos 45 anos, a atriz recebe sua terceira indicação em sete anos. A segunda de maneira consecutiva. Ano passado ela concorreu na mesma categoria por “Estrelas Além do Tempo”. Ela venceu logo na primeira indicação por “Histórias Cruzadas” em 2012. Seu trabalho em “A Forma da Água” é correto, mas não vislumbra nada que possa justificar a distinção. A competência e afabilidade de Spencer cativam a Academia que lhe dá o prestígio de ostentar o mesmo número de indicações ao prêmio de atrizes muito mais gabaritadas como Viola Davis, Renée Zellweger e Penelope Cruz.
A versatilidade de Allison Janney, já bastante premiada na TV, deve prevalecer na disputa. A seu favor, ainda, o fato de contar com mais tempo de tela e com uma personagem mais suculenta do que suas rivais. A maior ameaça talvez venha de Manville, uma atriz com mais de 40 anos de carreira e alguns trabalhos brilhantes que já deveria ter entrado no radar da Academia há algum tempo.