O Acadêmicos do Salgueiro virou algo polêmica logo nos primeiros instantes do desfile na segunda noite do Grupo Especial do Rio de Janeiro, na madrugada desta terça-feira (13). A escola, que mostrou no carnaval 2018 o enredo "Senhoras do Ventre do Mundo" pintou integrantes da comissão de frente e da bateria de preto e, com isso, provocou polêmica nas redes sociais. 

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Comissão de frente do Salgueiro no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro no carnaval 2018
Gabriel Nascimento/Riotur
Comissão de frente do Salgueiro no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro no carnaval 2018


A técnica, conhecida como "black faces", era muito usada no século XIX, quando os atores negros eram proibidos de participar das montagens teatrais e os brancos pintavam os rostos para interpretá-los. A proibição é apontada como um ato racista. 

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Logo que a agremiação começou o desfile, surgiram as primeiras manifestações nas redes sociais. Pelo Twitter, diversos usuários criticaram a escolha da escola de pintar os rostos dos integrantes. "É impossível que não tenha tido uma pessoa com bom senso no Salgueiro para dizer que 'bom talvez não seja uma boa ideia a gente fazer black face'", escreveu um internauta. "Salgueiro, não me faz passar vergonha com esse black face", postou outra.

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Internautas ainda compararam as escolhas da agremiação com as apresentadas pelo Paraíso do Tuiutí, que falou sobre escravidão no primeiro dia de desfiles no Rio de Janeiro: "Teve a Tuiutí contando a história do povo negro e comemoramos. Logo em seguida vem o Salgueiro, 'homenageando mulheres negras', fazendo Black face, colocando homens brancos pintados de preto para representar mulheres negras. Isso é tão errado". 

Veja os posts: 






Escola também ganhou defesa nas redes sociais

Alguns internautas também defenderam a agremiação. Teve gente que apontou que outras escolas de samba  também usaram a técnica. Outro usuário do Twitter lembrou que a escola estava apenas representando seu enredo. Veja alguns comentários:



Defesa da escola

Em entrevista ao jornal "O Globo" ainda na Sapucaí, o coreógrafo da comissão de frente do Salgueiro, Hélio Bejani comentou o caso. "Não quero polêmica. Isso é uma manifestação artística, temos licença poética", disse. "O enredo é afro. E é um afro mais histórico. Precisávamos dessas feições mais escuras. Por isso, decidimos pela pintura e por usar homens representando mulheres. Queria dar uma robustez. A maquiagem era a única forma de conseguir o tom certo", completou. 

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