A Netflix é um universo de entretenimento particular. A escala de produção de conteúdo original na plataforma de streaming cresce ano após ano. Só em 2017 foram mais de 50 séries originais lançadas entre novas temporadas, coproduções e series novas. É justamente essa última categoria que pauta a mais recente lista da retrospectiva do ano no iG Gente .

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Santa Clarita Diet
Divulgação
Santa Clarita Diet

Foram cerca de 30 novas produções com o selo Netflix lançadas ao longo de 2017 e no meio de tanta coisa boa, algumas ruins, outras extremamente hypadas (lembram do barulho causado por “13 Reasons Why” em março?), fizemos uma curadoria do que de melhor a empresa lançou no ano mais bombado de sua história até a data.

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10 – “American Vandal”

American Vandal
Diculgação
American Vandal

Essa série de ficção satírica obedece à fórmula de um documentário que investiga um crime real. No caso, as consequências para um garoto que é acusado de pintar imagens fálicas em 27 carros de membros do corpo docente de uma escola americana. A aposta foi certeira porque o público da plataforma costuma apreciar séries documentais sobre crime e investigações. A produção desconstroi clichês de gênero, brinca com estereótipos e ainda enseja algumas reflexões pertinentes à contemporaneidade. Além de ser um senhor exercício de metalinguística.  

9 – “Alias Grace”

Alias Grace
Diculgação
Alias Grace

Este foi o ano de Margaret Atwood na TV. Se a Netflix viu o rival Hulu ganhar o  Emmy de série dramática com “The Handmaid´s Tale” contra-atacou com essa minissérie cheia de fibra também baseada na autora e adaptada com exímia competência pela também canadense Sarah Polley. Estrelado por outra canadense, Sarah Gadon (“Cosmópolis”), a minissérie se debruça sobre um homicídio violento no Canadá do século XIX, ainda sobre dominío britânico. O crime cheio de sugestões sexuais teria sido cometido pela recatada Grace (Gadon) e isso gera um grande rebuliço na sociedade da época. Trata-se de uma produção muito bem articulada, cheia de tensões e com um viés feminista insuspeito.

8 – “Santa Clarita Diet”

Timothy Olyphant e Drew Barrymore em cena de Santa Clarita Diet, nova comédia da Netflix
Divulgação
Timothy Olyphant e Drew Barrymore em cena de Santa Clarita Diet, nova comédia da Netflix

Lançada no início do ano e estrelada por Drew Barrymore como uma mulher vitimada por uma estranha doença que a faz querer se alimentar de carne humana, “Santa Clarita Diet” é a produção com tintas de humor negro mais carregada de 2017. É divertida enquanto sátira da vida de suburbio dos EUA e tem ótimos atores como Timothy Olyphant, como o marido da personagem de Drew que se desdobra para atender as novas necessidades da muher, e Skyler Gisondo, como o vizinho nerd que ajuda o casal a entender a crise zumbi que vivem.

7 – “Friends From College”

Friends From College
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Friends From College

O algoritmo da Netflix é Deus e “Friends From College” é o primeiro acerto no sentido de tentar capturar um público mais tradicional que curte sitcons. Na trama sobre seis amigos dos tempos de faculdade que remoem antigos e novos problemas e precisam lidar com os dissabores da vida moderna há muito pouco de original e criativo, mas os diálogos são espertos, os conflitos, sinceros e os personagens, cativantes.

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6 – “Glow”

Glow
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Glow

Mais uma vez o algoritmo da Netflix vinga. A necessidade de series produzidas e estreladas por mulheres resplandece na ótima e sensível “Glow”, sobre um grupo diverso e plural de mulheres que se reunem para formar o time do primeiro programa de luta livre feminina na TV Americana. Oitentista, a produção dos mesmos criadores de “Orange is the New Black” é bem-humorada e tem carinho por suas personagens. Os dez episódios de meia hora cada da primeira temporada passam em um piscar de olhos.

5 – “Ozark”

Ozark
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Ozark

Com ecos de “Breaking Bad”, essa série surpreendentemente violenta e angustiante, maravilhsoamente bem fotografada e escrita tem o melhor piloto de uma série da Netflix em todos os tempos. Jason Bateman nunca esteve melhor como ator – até se arrisca e se sai muito bem na direção de alguns episódios – como um contador que tem sua vida virada para baixo depois de precisar lavar dinheiro para um barão do tráfico de drogas. Nada é o que parece ser nessa série cheia de cinismo e pequenas maldades.

4 – “Godless”

Godless
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Godless

Mais uma minissérie espetacular que a Netflix ofertou a seus assinantes. Nesse faroeste belamente filmado e atuado, Jack o´Connell é um fugitivo que vai parar em uma cidade em que só vivem mulheres e Jeff Daniels e seu bando estão em seu encalço. O bang bang é quase tão bom quanto os diálogos nessa produção cheia de clima e estilo. Um dos highlights do ano.

3 – “O Justiceiro”

O Justiceiro
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O Justiceiro

Não foi um bom ano para as produções da Marvel/Netflix. Depois da estreia das fracas “Punho de Ferro” e ‘Os defensores”, no entanto, “O Justiceiro” veio para salvar a patria. Violenta, com alta carga emocional e com ênfase em temas assustadoramente contemporaneos, a produção extrapola o gênero ação e HQ para se tornar uma das melhores produções de 2017 e conquistar lugar de honra nessa lista. De brinde, Jon Bernthal apresenta uma das melhores atuações do ano.  

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2 – “Mindhunter”

Mindhunter
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Mindhunter

Como você vai estar à frente dos loucos se não os entende? Essa premissa norteia “Mindhunter”, produção desenvolvida por David Fincher para a Netflix . A série acompanha como o FBI começou a desenvolver sua unidade dedicada a serial killers. Os preconceios, o trabalho de formiguinha, as entrevistas com figuras amedrontadoras, o viés acadêmico. É uma série sobre crime e violência, mas sem tiros e sangue. A gestação do suspense é toda ela cerebral. Mais Fincheriano impossível.

1 – “Dear White People”            

Dear White People
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Dear White People

A série mais inteligente, irônica, desafiadora e espirituosa do ano é baseada em um filme indie esperto e que trata a questão racial na América com desprendimento e sagacidade. A criação de Justin Simien é saborosa para quem deseja se libertar dos discursos prontos, mas não tem medo de um bom debate. A trama acompanha um punhado de estudantes negros em uma universidade americana às voltas com questões raciais. É um episódio melhor que o outro na Netflix. 

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