Não é nada não é nada, “The Walking Dead” apresentou seu melhor episódio desde o final da sexta temporada. E sem Negan em cena. Pode parecer pouca coisa, mas é muito para um programa que patina e perde audiência e qualidade a passos largos.

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Cena de "Some Guy", melhor episódio da oitava temporada de The Walking Dead

Os problemas da série também marcaram presença em “Some Guy”, quarto episódio do oitavo ano, mas destacou-se aquilo que pelo qual a “The Walking Dead” primava em seu começo: o bom desenho dos personagens e os conflitos íntimos externados pelo caos pós-apocalíptico.

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Focado em Ezequiel (Khary Payton), “Some Guy” resgatou alguns valores perdidos da série, como o gosto pelo gore, Carol (Melissa McBride) como uma força da natureza capaz de mover mundos e fundos e os zumbis como elementos desestabilizadores de qualquer vestígio de ordem. Novamente, não parece muito, mas para uma série que acomodou-se nas fórmulas narrativas e truques baratos, é bastante.

Por falar em truques, a morte da tigresa Shiva correspondeu a mais um ensejado por produtores que manipulam sua audiência sem pudor algum. O fato endereça outro problema do programa. O fato de as HQs anteciparem praticamente tudo o que vemos na série. Não se trata mais de uma adaptação, mas de uma transposição incauta e abrutalhada.

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Jerry protagonizou um dos momentos mais gore do novo ano

“Some Guy”, no entanto, foi um bem-vindo respiro  no alvissareiro criado por Robert Kirkman e sua trupe. Emboscado, o grupo de Ezekiel é dizimado por soldados de Negan e ele custa a perder a pose. “Prefiro ser morto por zumbis do que por um soldado qualquer de Negan”. Mas aos poucos, a máscara vai caindo. É essa inflexão que a série sempre teve a ofertar de melhor. Se o breve encontro entre Rick e Morales apresentou ao primeiro uma percepção sobre si mesmo que lhe é incômoda, a derrocada súbita de Ezekiel e seus comandados lhe trouxe de volta ao ridículo de sua existência.

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Angustiante e com cenas de ação mais bem dosadas, “Some Guy” nos lembra das potencialidades de “The Walking Dead” e desperta a esperança de que a queda vertiginosa atual possa cessar. A série precisa do choque de realidade a que submeteu seu mais otimista personagem.  

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