Em 2016 a Netflix inovou com mais uma produção original que caiu nas graças do público: “Stranger Things”. A série vinha com a proposta de ter um elenco protagonizado por atores mirins, mas que trazia uma trama pra lá de adulta, com muito suspense e aventuras que poderiam ser letais para cada personagem. Apesar de ter apenas oito episódios, o programa virou fenômeno do serviço de streaming e na última sexta-feira (27) retornou em sua segunda temporada, com nove episódios que prometem levar os fãs a um “tubular” de emoções, como já diria os pequenos personagens.
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Depois do retorno de Will Byers (Noah Schnapp) para casa e o desaparecimento de Eleven (Millie Bobby Brown), que, ao que tudo indica, viu-se presa no Mundo Invertido, Lucas (Caleb McLaughlin), Mike (Finn Wolfhard) e Dustin (Gaten Matarazzo) voltam para a escola para mais um ano que, desta vez, tem tudo para ser normal. Entretanto, o primeiro baque em " Stranger Things " é a entrada de Max, uma ruiva skatista que joga fliperama como ninguém. Apelidada como Mad Max, em referência ao filme homônimo, a jovem acaba encantando Lucas e Dustin e ganhando antipatia de Mike, que ainda não superou o desaparecimento da amiga Eleven.
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Paralelamente a este triângulo amoroso, Will ainda se vê caminhando pelo Mundo Invertido de tempos em tempos, sem saber se o que está vivendo é real ou não. Sua mãe, Joyve Byers (Winona Ryder) – que aqui vale destacar a sua ótima atuação – tenta buscar ajuda com um médico do Laboratório de Energia de Hawkins, mas sem muito sucesso já que o Dr. Owens (Paul Reiser) não enxerga as anomalias do jovem como algo sobrenatural – ou ao menos, não aparenta. Enquanto isso, Nancy (Natalia Dyer) busca respostas para a morte de Barbara (Shannon Purser) e percebe que seus pais estão vendendo até a própria casa para conseguir alguma informação sobre o seu paradeiro. A aventura reascende o triângulo amoroso entre ela, Jonathan (Charlie Heaton) e Steve (Joe Keery).
Conexões
Apesar da última temporada também trazer referências dos anos 1980, parece que os irmãos Duffer apostaram de vez na imersão dentro desse universo, trabalhando com filmes, músicas e personagens icônicos da época entre um episódio e outro, como “O Exterminador do Futuro” ou bandas que fizeram sucesso durante a década, como Scorpions. O tom do seriado, entretanto, se intensifica deixando de lado a conotação de ficção científica para trazer à tona o bom e velho terror à tona, com cortes precisos para que o suspense e o susto se instaurem na telinha.
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Assim como a primeira temporada, a trama no começo não é tão fluída, já que há muitas perguntas sem respostas e muitas histórias que, aparentemente, não se conectam. Entretanto, no decorrer dos episódios, estas tramas começam a ganhar força e caminham – todas – para uma conclusão que o último episódio promete dar. A relação entre as personagens fica cada vez mais forte e a química entre os atores do elenco se concretiza na frente das câmeras.
Ainda que a segunda temporada de “Stranger Things” traga à tona novas informações sobre a origem de Eleven ou a complexidade do Mundo Invertido, a série se propõe a concluir muito mais do que problematizar. Diferentemente da temporada anterior, a série não dá pano para a manga de uma terceira temporada que seja tão envolvente quanto sua estreia, já que os conflitos centrais acabam ganhando uma resolução que não parecem ser pontuais. Entretanto, as coisas são estranhas e só no próximo ano saberemos o que é que realmente poderemos esperar do Mundo Invertido e, especialmente, do ambicioso “Demogorgon”.