Ainda que menos movimentado do que “Stormborn” , o segundo episódio da temporada, “The Queen´s Justice” foi mais um episódio bem ao feitio de “Game of Thrones”: se piscar perde algo vital do episódio e da trama costurada ao longo dos anos pelos criadores da série.
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O episódio abre com Jon Snow ( Kit Harrington ) e Sor Davos ( Liam Cunningham ) chegando à Pedra do Dragão e sendo recebidos por um espirituoso Tyrion ( Peter Dinkalage ) e uma desconfiada Missandei ( Nathalie Emmanuel ). A audiência com Daenerys Targaryen ( Emilia Clarke ) se deu de maneira tensa e irresoluta – um dos momentos mais aguardados pelos fãs de “Game of Thrones” entregou em matéria de densidade e dramaticidade o que se podia esperar.
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Jon Snow foi muito mais convicto e firme do que muitos poderiam supor e, como era de se esperar, esbarrou no ceticismo de Daenerys. Mantido informalmente como prisioneiro após se recusar a ajoelhar-se e jurar lealdade a mãe dos dragões – e o momento em que Missandei anuncia os títulos de Daenerys foi mais um daqueles momentos de humor bem fabricado em meio à tensão do momento – o rei do Norte conta com a astúcia e perspicácia de Tyrion para viabilizar seu acesso ao vidro de dragão em uma tentativa do mão da rainha de costurar uma aliança com o (ainda) bastardo de Ned Stark.
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A movimentação de Tyrion é providencial porque Daenerys sofre outra derrota para Cersei (Lena Headey) que consegue derrotar os Tyrell. Enquanto isso, em Winterfell, Bran (Isaac Hempstead-Wright) se reúne a Sansa (Sophie Turner) e se revela como o Corvo de três Olhos e, friamente, a alerta de que “precisa falar com Jon”. Todos nós sabemos o que ele tem a revelar e potencial desestruturante dessa revelação para o jogo dos tronos. Não sabemos ao certo o que Melisandre (Carice Van Houten) “profetizou” para Lorde Varys (Conleth Hill) em uma conversa nada amistosa que tiveram enquanto Jon chegava à Pedra do Dragão. Ela disse que voltaria a Westeros por uma última vez para morrer, assim como ele. E Varys tremeu na base, mas não pareceu particularmente surpreso pelo enigma lançado pela feiticeira vermelha.
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Despedida em grande estilo
Euron (Johan Philip Asbaek), como esperado, deu a Cersei seu presente. Era Ellaria Sand (Indira Varma) e suas duas filhas vivas – a outra morrera durante o assalto de Euron à frota comandada por Yara (Gemma Whelan). Cersei prometeu ao rei das ilhas de ferro o que ele almeja depois do fim da guerra para desconforto de Jamie (Nicolaj Coster Waldau). Aí reside o único ponto de atrito entre Jamie e Cersei, pois ele não tolera a ideia de Euron entre eles.
Se Cersei está tendo todas as vinganças que almeja – e isso vem desde o início do show – Olenna Tyrell (Diana Rigg), encurralada pelos Lannister em sua própria casa, negou-lhe uma vingança a muito adiada – a morte de Joffrey (Jack Gleeson). Em uma cena de alta voltagem – e pouco depois de ser envenenada por Jamie em um ato de declarada clemência – Olenna o instrui a relatar a Cersei de sua vitória amarga. Uma cena que reafirma o valor narrativo de “Game of Thrones”. O esmero criativo e o rigor imaginativo de George R.R. Martin na confecção dessa história tão extraordinária, épica e ressonante.