A indústria pornográfica provoca um fascínio que muitas vezes é até difícil de mensurar. Coube ao cinema tentar compreender essa ebulição sociocultural que atravessa continentes, gêneros sexuais, classe econômica, faixa-etária, etc. Os filmes pornô são matéria-prima de um cinema que se pretende investigativo, reverberante e culturalmente relevante.
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O iG Gente listou dez filmes que adentram os bastidores do pornô desavergonhadamente.
“Boogie Nights – Prazer sem limites” (EUA, 1997)
O filme de Paul Thomas Anderson talvez seja o mais completo e complexo a tratar da indústria pornô. Ambientado na Los Angeles dos anos 70, o filme captura o momento de efervescência da cena pornô e tem Mark Wahlberg faz um jovem de 17 anos com vocação para o pornô, o que quer dizer que é bem dotado, que vira o protegido de um diretor veterano (Burt Reynolds). Julianne Moore como uma milf atraída pelo personagem de Wahlberg foi indicada ao Oscar por um dos filmes mais sentimentais e paradoxalmente cínicos da década de 90.
“Censura Máxima” (EUA, 1990)
Outro filme ambientado na cena pornô californiana dos anos 70. Dois irmãos, vividos pelos irmãos Charlie Sheen e Emilio Estevez vivem os exageros da época e isso quer dizer que usam e abusam do sexo, álcool e drogas. E do rock´n roll, claro. O filme é uma cinebiografia dos irmãos Mitchell, considerados os reis do pornô nos anos 70. Eles produziram, por exemplo, o clássico-mor do gênero, “Garganta Profunda”.
“Garganta Profunda” (EUA, 1972)
Ainda que seja um filme pornográfico, “Garganta Profunda” excedeu os limites do gênero. A Variety o classificou como “O Poderoso Chefão” do gênero. O filme foi pioneiro no gênero ao focar nos personagens, no desenvolvimento deles e da história e angariou fãs em Hollywood como o cineasta Mike Nichols e o astro Warren Beatty. A história é um tanto absurda. Linda (Linda Lovelace) tem o clitóris na garganta e precisa encontrar um pênis grande o suficiente para lhe prover o tão ansiado orgasmo.
“Lovelace” (EUA, 2013)
A cinebiografia de Linda Lovelace, a atriz pornô convertida em estrela na esteira do sucesso de “Garganta Profunda” foi realizada em 2013 e ajuda a ter uma dimensão do fenômeno cultural que foi “Garganta Profunda”. O filme dá conta de narrar a trajetória da atriz que era vítima de violência de seu marido e que eventualmente virou uma voz contrária à indústria pornográfica.
“Pagando bem, que mal tem?” (EUA, 2008)
Nesse filme de Kevin Smith, Seth Rogen e Elizabeth Banks fazem dois amigos que estão falidos e resolvem fazer um pornô caseiro na expectativa de levantar alguma grana. Trata-se de uma paródia divertida, cheia de participações especiais e referências pop. De quebra, antecipa a tendência dos pornô amadores .
“9 to 5: Days in pornô” (EUA, 2008)
O documentário tem como objetivo prover um insight sobre uma das mais controvertidas e bilionárias facetas da indústria do entretenimento: a pornografia. O filme proporciona detalhes e histórias de bastidores, mas acaba resultado em um retrato majoritariamente simpático, com pouco espaço para controvérsias.
“Public sex, private lives” (EUA, 2013)
O doc acompanha a vida de performers da pornografia, majoritariamente atrizes, desbravando a rotina, angustias, desejos e realizações de quem vive e respira sexo. Inclusive, um dos pontos altos do filme é justamente a problematização que faz da relação dessas pessoas com o sexo propriamente dito.
“Depois que o pornô acaba” (EUA, 2012)
Com uma sequência prometida para 2017, esse documentário é o que o nome entrega. Uma análise algo cruel da vida de ex-atores e ex-atrizes da indústria pornográfica. É interessante ver como a pornografia pode ser um capítulo decisivo ou apenas uma nota de rodapé na vida das pessoas.
“Hot Girls Wanted” (EUA, 2015 )
O documentário, que ganha sequência na Netflix neste mês, mostra a engenharia de atração de jovens meninas para a pornografia, como a internet atua como facilitadora nesse contexto e os perrengues que elas atravessam para entrar no universo do pornô.
“Kink” (EUA , 2013)
O documentário aborda o site fetichista Kink.com. O filme é produzido por James Franco e tenta entender como o Kink se tornou um dos maiores impérios da internet e como se estabeleceu como referência em matéria de pornô e fetiche na rede. Sadomasoquismo é só começo dessa história. Acredite!