Nesta quinta-feira (16) chega aos cinemas brasileiros a versão live-action de “A Bela e a Fera” . Dirigido por Bill Condon, o filme tem tudo para agradar novos e velhos fãs e representar um novo capítulo na carreira de Emma Watson, atriz de 27 anos que despontou com a franquia Harry Potter e hoje é uma das principais vozes do feminismo no mundo.
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Nascida em 1990 em Paris, Emma Watson parece mais sofisticada cada vez que miramos o olhar nela. Sua estreia no cinema ocorreu em “Harry Potter e a Pedra Filosofal”, que se tornaria a maior bilheteria de 2001. Ela tinha 11 anos à época e foi selecionada para o papel de Hermione Gringer, que defendeu ao longo de oito filmes por quase dez anos, aos nove anos em 1999.
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Durante toda a série baseada na obra de J.K Rowling, em que dividia os figurinos e os diálogos que contrapunham bruxos e trouxas com os estudos, Emma foi considerada a melhor atriz do elenco mirim. Sua evolução, física e intelectual se deu diante de nossos olhos, mas o salto do talento talvez seja ainda mais expressivo.
Após Harry Potter, foi fazer literatura na Universidade Brown, uma das mais conceituadas dos Estados Unidos. No início da década, estava indecisa sobre continuar ou não a carreira de atriz. Filmes como “Sete Dias com Marilyn” (2011) e “As Vantagens de Ser Invisível” (2012) já eram compromissos assumidos durante sua ligação com a franquia Potter, mas talvez tenham sido decisivos para que decidisse por seguir atuando.
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Eram filmes em que era coadjuvantes, mas que defendia personagens iluminados. Talvez ali, Emma tenha se dado conta do quanto pode contribuir com sua arte – e vale lembrar que chegou a estudar História da Arte enquanto filmava “Harry Potter” – sem deixar de se divertir e ganhar um bom dinheiro com isso.
Porta-voz de uma geração
A juventude abriu espaço para um discurso feminista que vocalizava os anseios da geração que via em Emma uma porta-voz. Logo passou a ser emissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para causas pró-mulheres. Recentemente, a propósito da agenda de divulgação para “A Bela e a Fera”, estampou a capa da revista Vanity Fair , que destacou que ela “não é a princesa dos tempos de sua mãe”. Mesmo assim, uma foto de topless lhe valeu uma polêmica inesperada. Emma foi alvo de críticas por “mostrar os peitos” e por uma “suposta hipocrisia” envolvendo discurso e atitudes de alguém que se define como feminista. “Não vejo o que meus peitos têm a ver com o feminismo”, respondeu sem perder a classe. “O feminismo não está aqui para atacar as mulheres, mas sim para libertá-las”.
Cinema pelo cinema
Desde que decidiu investir na carreira de atriz, “A Bela e a Fera” é o primeiro blockbuster de ofício de Emma Watson. Ela privilegiou o trabalho com cineastas de estilo e estética pulsantes como Darren Aronosfky, com quem fez “Noé” (2014); Sofia Coppola, para quem atuou em “Bling Ring: A Gangue de Hollywood” (2013); e Florian Gallenberger, com quem fez “Amor e Revolução” (2015).
Ainda em 2017 poderá ser vista ao lado de Tom Hanks em “O Círculo”, outro filme com potencial comercial, mas sem o tamanho de “A Bela e a Fera”. Não há nenhum outro projeto a que esteja vinculada no momento. É como se Emma vivesse um ano de cada vez e evitasse o deslumbramento, apesar de figurar repetidamente em rankings da Forbes, Entertainment Weekly e demais publicações que medem status e sucesso.
O buzz de “A Bela e a Fera” talvez lhe agrade. Talvez não. Emma Watson é um desses enigmas que o cinema oferta de tempos e tempos e que adoramos não conseguir decifrar.