Quem gosta de cinema de verdade está sempre procurando algo para cultivar essa paixão e a boa notícia para os cinéfilos é que a Editora Globo acabou de lançar “O Livro do Cinema”, mais recente exemplar da coleção publicada pela Globo Livros que compreende, entre outros temas, filosofia, política, literatura, psicologia, economia e religiões.

Os cineastas Steven Spielberg e George Lucas durante as filmagens do primeiro Indiana Jones
Divulgação
Os cineastas Steven Spielberg e George Lucas durante as filmagens do primeiro Indiana Jones

“O Livro do Cinema” (Globo Livros, 352 páginas) é uma obra capitaneada por Danny Leigh, jornalista com bom trânsito na imprensa britânica – já escreveu para os periódicos The Guardian e Financial Times – e com os préstimos de outros quatro jornalistas ingleses igualmente aficionados pela sétima arte. A tradução é de Fernando Nuno.

Logo de partida, o organizador se abre à contradição. Alerta o leitor de que ali não encontrará os filmes favoritos do grupo responsável pelo livro, tampouco uma variedade de filmes à prova de críticas bem fundamentadas. A subjetividade, indica, foi um critério importante na garimpagem dos filmes mais importantes neste século e alguns trocados de cinema.

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Reprodução/ O Livro do Cinema

"Cidade de Deus", de Fernando Meirelles, é um dos destaques do capítulo dedicado ao cinema contemporâneo em O Livro do cinema

Como outras obras com propostas semelhantes que vieram antes, porém, Leigh e seus colaboradores partem dos irmãos Lumière e de Georges Méliès para situar o cinema no espaço tempo e começar a dimensionar o fenômeno. Não poderia ser diferente. Se é um ponto de partida fundamental para apreciadores da sétima arte, mas com pouca intimidade com sua história, para aqueles mais dominadores dos meandros e pormenores do cinema, pode ser um tanto cansativo. Nada que incomode quem vê um mesmo filme cinco, seis, dez vezes.

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Com multiplicidade e bem pensada variedade de imagens, gráficos e tabelas bem elaboradas, o livro é um deleite daqueles que a gente termina de ler bem antes do que imaginava ou mesmo se dá conta. É, também, um item valioso para consultas ocasionais em caso de dúvidas súbitas ou conversas entre amantes da sétima arte.

Os filmes mais importantes e os movimentos cinematográficos canônicos constituem parte importante do livro; portanto, espere reverberações sobre obras como “Chinatown” (1974), “Casablanca” (1942), “O Poderoso Chefão” (1972), “O Gabinete do Dr. Galigari” (1920), “Tubarão” (1975), “Luzes da Cidade” (1931), “O Mágico de Oz” (1939), “Cidadão Kane” (1941)”, “Rashmon” (1950), “Um Bonde Chamado Desejo” (1951), "Os Incompreendidos" (1959), “Cantando na Chuva” (1952), entre outras tantas icônicas e fundamentais na história e evolução do cinema.

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Reprodução/O Livro do Cinema

David Lynch é um dos cineastas com mais filmes citados na obra

O livro é composto por seis capítulos. O primeiro, “Visionários”, e o sexto, “Mundo Pequeno”, se resolvem como aqueles que cobrem um período maior de tempo, ainda que isso não reflita no número de páginas e filmes dedicados a eles. Os outros capítulos, “A Era de Ouro do Preto e Branco”, que cobre de 1931 a 1949; “Terror e Maravilhas”, que compreende de 1950 a 1959; “Rebeldes”, disposto entre 1960 e 1974; e “Anjos e Monstros”, que vai de 1975 a 1991, obedecem a um critério muito simples. Se resolvem entre os momentos consensualmente mais marcantes do cinema. Sendo o capítulo dedicado aos filmes produzidos durante as duas grandes guerras e aquele sobre a nova ordem hollywoodiana na esteira do surgimento de figuras como Steven Spielberg , Martin Scorsese, George Lucas, Francis Ford Coppola e Roman Polanski, os mais envolventes tanto para cinéfilos, como para leitores ocasionais.

“O Livro do Cinema”, com preço sugerido de R$ 59,90, é desses artigos recomendáveis a todos. Não deve ser recebido com surpresa, se a publicação aparecer como a mais vendida da série editada pela Globo Livros no futuro.

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