Ninguém esperava em 2014 que um filme dirigido por um dublê se tornasse não só o melhor filme de ação daquele ano, como entregasse a Keanu Reeves , um cara que esteve em algumas das produções mais destacadas do gênero nos últimos anos (“Matrix”, “Velocidade Máxima” e “Caçadores de Emoção” para citar alguns), o melhor personagem de sua carreira. “De Volta ao Jogo” , John Wick no original, nasceu cult e foi ganhando fãs e hype com o tempo.
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A sequência, que ganha a pompa de um filme de James Bond com direito a cena pré-créditos e outras referências espertas, estreia nesta quinta-feira(16) valorizando o status desse que já é um dos melhores personagens da cultura pop. “ John Wick : Um Novo Dia Para Matar” é novamente dirigido por Chad Stahelski , que em uma proporção bem menor, mas não menos espetacular, faz pelo gênero o que Paul Greengrass fez na década passada com a franquia Bourne: atualiza o gênero.
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A franquia converge linguagens de videogame, HQ e cinema em um esplendor de violência tão bem coreografado que faz parecer amador tudo o que veio antes. Não à toa já tem gente defendendo que Stahelski assuma a direção do novo Bond. É uma ideia a se considerar.
O filme começa exatamente onde o primeiro terminou. Wick recupera seu carro e depois de encerrada a rusga com os russos, são os italianos que mexem com o assassino profissional que só quer ser deixado em paz para curtir sua aposentadoria. Santino (Riccardo Scamarcio) aparece na casa de Wick para cobrar uma promissória que o matador tinha com ele. Ele quer que Wick mate sua irmã (Claudia Gerini) para que ele possa assumir o controle da família. É claro que uma espiral de traições, ressentimentos e balas vão incidir sobre Wick.
Com uma Graphic Novel prestes a surgir e com o terceiro filme para ser confirmado, o personagem tem muita lenha para queimar. Keanu Reeves continua perfeito na pele do matador que quer paz, mas que parece ter o mundo contra ele. Acredite: o diretor consegue estabelecer metáforas visuais para essa reflexão. Algo que mostra que além do humor certeiro, das ótimas cenas de ação e das referências pop (a melhor talvez seja a cena de Reeves com Laurence Fishburne, o Morpheus de “Matrix”), há espaço para soluções menos óbvias no filme.
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O ano de 2017 está só começando, mas já dá para dizer que “John Wick: Um Novo Dia Para Matar” é o melhor filme de ação do ano. Sem a tutela de super-heróis ou efeitos especiais acachapantes, a produção se esmera na boa e velha (e altíssima) contagem de corpos.