Casablanca parece ter uma mística em seu entorno que envolve paixão e traição. No filme homônimo de 1942, Rick (Humphrey Bogart) reencontra um grande amor, Ilsa (Ingrid Bergman) na cidade marroquina depois de ter o romance interrompido abruptamente e sem explicações no contexto da Primeira Guerra Mundial. Setenta e cinco anos depois, a cidade volta a ser palco de um romance regado a mistérios em “Aliados” e, desta vez, o contexto é a Segunda Guerra Mundial e os protagonistas são espiões interpretados por Brad Pitt e Marion Cotillard que possuem a missão de eliminar um embaixador nazista na cidade.
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Brad Pitt estende sua fama de bom moço para Max Vatan, um espião coerente e que se dedica à sua profissão com suor, sangue e paixão. Em missão nas terras africanas, Vatan se passa pelo marido da francesa Marianne Beausejour, uma jovem que Marion Cotillard interpreta de maneira graciosa e feroz ao mesmo tempo. Entre disfarces e mentiras, o casal não esconde a química que vai sendo construída durante a trama e culmina no casamento dos dois, após o sucesso na missão em Casablanca. Entretanto, quase como um segundo ato de “ Aliados ”, Vatan recebe a cruel notícia que talvez a mulher com quem esteja construindo uma família seja, na realidade, uma espiã alemã. A partir daí, então, o espião entra em uma busca obsessiva pela identidade de sua esposa, sem deixar o relacionamento esfriar.
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“Aliados” possui um ar de suspense do começo ao fim, como um bom filme de ação. Apesar dos personagens não se desligarem de clássicos arquétipos, suas ações e decisões principais acabam sendo inesperadas, prendendo a atenção do telespectador até a última encenação. Enquanto Max Vatan vai deixando a sobriedade e tornando-se um louco obsessivo, Marianne Beausejour faz a trajetória oposta, abrindo mão de sua intensidade e espontaneidade natural para tornar-se uma dona de casa discreta. O amor entre o casal que parecia tão vívido e real é colocado em xeque, levantando questionamentos de quais são os limites de uma ideologia quando há amor em jogo e vice versa.
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Assim como em “Casablanca”, o filme retrata como a política pode interferir nas relações sociais, ainda mais em contextos onde há uma maior tensão, como é o caso das duas guerras mundiais. Apesar de não ser inesquecível como o clássico do cinema, “Aliados” chega as telonas com muitas qualidades e cumpre sua função como um filme de entretenimento.
Indicação ao Oscar
O filme de Robert Zemeckis (“Forrest Gump”, “De Volta Para o Futuro”) recebeu uma indicação ao Oscar 2017, na categoria de Melhor Figurino. Com um cenário ambientado na década de 1940, “Aliados” remonta com primor o cenário cinematográfico da época, quase como uma homenagem ao figurino dos filmes. Além disso, as roupas dos personagens acompanham as mudanças de personalidade, sendo escrachado no exemplo de Marion Cotillard.
"Aliados" chega aos cinemas nesta quinta-feira (16) em todo o Brasil.