Uma das disputas mais indefinidas e empolgantes do Oscar 2017 reside na categoria de melhor atriz. Emma Stone é a favorita por “La La Land: Cantando Estações”, apesar de premiada em Veneza e de ter vencido o Globo de Ouro de atriz em comédia ou musical e o SAG, a ruiva de 28 anos é a favorita menos inconteste entre as categorias de interpretação.

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As concorrentes ao Oscar de melhor atriz em 2017
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As concorrentes ao Oscar de melhor atriz em 2017

Isso porque a configuração da categoria sofreu mudanças radicais em relação ao que se intuía possível. Outrora nome certo entre as concorrentes, Amy Adams, protagonista em dois dos filmes mais festejados do ano, “Animais Noturnos” e “A Chegada” – estre último com oito indicações ao Oscar – acabou de fora da disputa pelo Oscar de atriz . A francesa I sabelle Huppert e a irlandesa Ruth Negga se assumiram como surpresas e reconfiguraram a disputa, já que a categoria não teve essa formação em nenhuma premiação satélite do Oscar.

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Emma Stone é a favorita porque é a alma de “La La Land”. Simples assim. O filme depende dela para respirar, característica que também pode ser verificada em “Jackie”, pelo qual Natalie Portman tenta seu segundo Oscar, e com Meryl Streep, que por “Florence – Quem é Essa Mulher?” concorre pela 20ª vez à estatueta.

A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que outorga o Oscar, gosta de reconhecer atrizes jovens, estrelas de cinema em formação, nessa categoria. Foi assim com Gyneth Paltrow, nos anos 90, com Halle Berry, Reese Witherspoon e Charlize Theron, nos anos 00, e Jennifer Lawrence e Natalie Portman nesta mesma década. Essa peculiaridade reforça o favoritismo de Stone, mas são justamente Ruth Negga, atriz negra que surgiu como maior surpresa na categoria, e Huppert, francesa de destacada reputação artística, que ameaçam esse favoritismo.

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Montagem/divulgação

Emma Stone e Isabelle Hupert: expectativa na disputa pro atriz no Oscar 2017

Isabelle Huppert tem uma carreira distinta de colaboração com sofisticados cineastas e está soberba em “Elle”. Pode ser irresistível para a Academia ceder aos encantos de uma diva francesa da atuação. Há um precedente particularmente recente em Marion Cotillard, premiada em 2008 pelo filme francês “Piaf – Um Hino ao Amor”. Vencedora do Globo de Ouro entre as atrizes dramáticas, Huppert não constava da lista do SAG, mas a campanha em cima da candidatura da atriz está repercutindo muito bem junto a acadêmicos. Pode ser a surpresa mais cantada da noite de 26 de fevereiro.

Ruth Negga , indicada por ‘Loving”, pode se beneficiar de um impulso de premiar atores e artistas negros no ano seguinte ao famigerado #oscarssowhite, já que atores negros são favoritos neste ano;  mas nessa categoria em particular essa possibilidade parece mais remota. Tanto ela, como Huppert disputam o Oscar pela primeira vez. Stone já fora indicada como coadjuvante por ‘Birdman”, há dois anos.

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Sangue de Streep tem poder

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Divulgação

A atriz Ruth Negga é uma das sensações da lista do Oscar 2017

Que Meryl Streep é uma espécie de divindade em Hollywood, todo mundo já sabe, mas há certa preguiça dos acadêmicos em prospectar atrizes e trabalhos temporada após temporada. Se Meryl Streep tem um filme na praça, seu nome vira ímã para premiações, mesmo que ela apresente um trabalho apenas correto, como esperado de uma atriz de sua grandeza. É o caso de “Florence – Quem é Essa Mulher?”, em que seus companheiros de cena têm atuações mais inspiradas, mas é Streep quem chega ao Oscar. Não que qualquer deferência a essa lenda viva do cinema não seja merecida, mas urge aos acadêmicos cumprir melhor as atribuições de distinguir o que de melhor se apresentou no ano.

Natalie Portman concorre pela terceira vez ao Oscar. Ganhou em 2011 por “Cisne Negro” e disputou em 2005 por “Closer – Perto Demais”. É o melhor trabalho indicado depois de Isabelle Huppert, mas seria uma opção anticlimática  demais caso o Oscar de atriz não vá para Emma Stone. Além do mais, há quem possa julgar precipitado lhe conceder um segundo Oscar na carreira e na década. Meryl Streep, afinal, tem "só" três.

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