Em cartaz nos cinemas com a ficção científica “Passageiros”, Jennifer Lawrence é a mais nova estrela jovem a ganhar uma biografia – a exemplo de Justin Bieber, One Direction e Zayn Malik. A diferença é que “Jennifer Lawrence – A Garota em Chamas” (Editora Best Seller, 195 páginas) não é uma autobiografia. É autorizada e a jornalista Nadia Cohen, especializada em entretenimento e celebridades e que já escreveu livros sobre Beyoncé, Idris Elba e o próprio Bieber, teve acesso a parentes, amigos e colegas de trabalho da atriz que é uma das maiores manias entre os jovens em todo o mundo.
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“Jennifer Lawrence – A Garota em Chamas”, no entanto, poderia muito bem ser uma autobiografia. A obra apenas subscreve o mito construído em torno da atriz natural de Kentucky, estado do sudeste dos Estados Unidos. Cohen até recebe as críticas que se fazem a Lawrence, mas não as considera por um momento sequer. A citação é meramente protocolar. O grande problema da obra, em contraponto a livros escritos em termos semelhantes em relação a grandes celebridades como Clint Eastwood, Heath Ledger, Tom Cruise ou Roman Polanski é justamente a negação em abraçar o contraditório em relação ao biografado.
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Pode-se argumentar que há menos polêmicas e histórias cabeludas pairando sobre Jennifer, mas esse argumento serve apenas aqueles que veem essa onda de biografias precoces de artistas na casa dos 20 anos. Para todos os efeitos, esse livro que empresta da franquia mais famosa estrelada pela atriz seu subtítulo é apenas uma peça de propaganda. Destinada, talvez, à reafirmação da idolatria de quem já tem pela estrela grande estima.
O livro perpassa a trajetória de Jennifer Lawrence sem grandes revelações para quem quer que já esteja minimamente familiarizado com a carreira da atriz. Cohen até tenta erguer um retrato de sua biografada, mas o tom panfletário se impõe. A percepção de que Lawrence é uma força altiva da nova geração de Hollywood, reservada, mas simpática nas turnês promocionais, que sabe navegar entre o cinemão e as produções indies com desenvoltura ímpar é reforçada por uma obra que parece destinada apenas a atender interesses comerciais. De todos os nomes envolvidos.
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