Machado de Assis vira protagonista em romance de José Almeida Júnior

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Machado de Assis é um dos autores mais respeitados da nossa literatura, o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras  , e muito incompreendido por estudantes que são obrigados a ler suas obras na escola quando ainda não estão muito preparados para curtir sua genialidade. E agora, 111 anos depois da sua morte, vira protagonista de um romance. Ousado, não?

Com um triângulo amoroso como centro da trama, o livro parece revelar o verdadeiro mistério da obra original Dom Casmurro  , escrito por Machado de Assis em 1899. E se em Dom Casmurro a angústia da dúvida se houve ou não traição perdura até os dias atuais em seus leitores, dessa vez ela se reservou inteiramente ao personagem de Machado de Assis.

Na obra temos Pedro Junqueira, filho de um importante cafeicultor, herdeiro de imóveis e escravos, e que não sabe o significado da palavra trabalho. Conhece Machado na infância e de cara cria uma birra por ele, aquele famoso “o santo não bateu”. Anos depois conhece Carolina, uma jovem portuguesa, à qual pelo golpe do destino se casa com seu já então arqui-inimigo Machado.

O romance se torna interessante porque traz também outros personagens importantes como José de Alencar  , Sílvio Romero  , Euclides da Cunha e Carolina (esposa verídica de Machado de Assis).

O que me incomodou um pouco, e aqui deixo claro que me incomodou muito mais por questões de afeto por Machado que por qualquer outra coisa, foram as atribuições negativas a seu caráter, como ser acusado de plagiar um livro. Me peguei várias vezes durante a leitura me questionando se Machado seria mesmo capaz de fazer aquilo. Coisas de machadianos...

Também não posso deixar de falar sobre o projeto gráfico do livro, um espetáculo! Sem contar o jornal especial sobre Machado de Assis com informações da época. Realmente um primor.

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