Virginia Woolf: biografia celebra os últimos anos de vida da escritora
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Virginia Woolf: biografia celebra os últimos anos de vida da escritora


Um dos principais nomes do modernismo britânico, Virginia Woolf foi uma escritora conceituada, com textos que trabalham o monólogo interior e por defender o empoderamento feminino muito antes desse tema ser pauta na sociedade. Teve crises depressivas pós-morte da sua mãe, e em seu livro “Momentos da Vida” relatou o abuso sexual que sofreu pelo seu meio-irmão.

Em contraste com biografias convencionais que se debruçam sobre a vida pessoal do biografado, Herbert Marder, autor de “A medida da vida” (Editora Tordesilhas) escolheu uma perspectiva distinta para explorar a história de Virginia Woolf: tomou nota de seus registros mais íntimos. Diários, cartas e a bibliografia ‘woolfodiana’ serviram como base para uma visão detalhada sobre os últimos dez anos vividos pela escritora.


O cerne da obra explora a resistência literária de Woolf, as relações interpessoais complexas e os eventos políticos e históricos que a cercavam. Com uma narrativa perspicaz e fluida, o professor emérito de inglês na Universidade de Illinois ainda delineia a consciência de perigo pessoal que permeou as ações e percepções de Woolf nos anos que antecederam à Segunda Guerra Mundial.

Quanto ao desfecho da vida de Virginia, o biógrafo não insiste em encontrar explicação racional sobre o suicídio (cometido em 1941 quando o Reino Unido sofria com a Guerra) e ressalta a importância do relacionamento da autora com a médica e prima Octavia Wilberforce.

A segurança de sua ligação com Leonard (marido de Virginia) voltou então a confortá-la: ‘Se não fosse pela divina bondade de L., quantas vezes eu deveria estar pensando na morte’, declarou ela, e deu consigo a repetir sobriamente: ‘Isso é que é felicidade’. Ela mesma tinha dito: ‘Se não sofresse tanto, não poderia ser feliz’. ( A medida da vida , p. 81)

Marder oferece uma perspectiva diferenciada sobre a trajetória de Woolf ao destacar a participação dela no cenário político, na luta contra a discriminação de gênero e convívio com o influente Círculo de Bloomsbury, constituído por intelectuais como T.S. Eliot, Roger Fry e Maynard Keynes, que se reuniam na residência da dama literária inglesa.

De maneira afetuosa, o livro apresenta o retrato de uma mulher atormentada por crises de depressão e pela frágil saúde mental, cujo brilhantismo literário permaneceu inabalável. A obra conta com fotos, adendos e índice remissivo.

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