Lucas Veiga e o livro
Francisco Costa
Lucas Veiga e o livro "Clínica do Impossível"

A luta contra o preconceito, em especial o de raça, é arduamente combatida por pessoas que entendem o retrocesso vivido por séculos. Elas buscam, incessantemente, restaurar a igualdade entre negros e brancos e permitir que a barbárie iniciada em outros tempos tenha fim o mais breve possível. Mas será que realmente o fim dessa barbárie está próximo? Quem levanta essa dúvida em seu novo livro é Lucas Veiga, idealizador da plataforma descolonizando.com , que lança “Clínica do Impossível: Linhas de Fuga e de Cura” (Editora Telha).

A obra contempla assuntos ligados às artes, filosofia, política e outras mais, em que o autor conecta esses temas com a fuga dos negros, necessária para a sobrevivência deles em meio à sociedade que os combatia tal qual um exército busca exterminar seu oponente. Essa fuga, palavra central da obra, é destrinchada e explicada como a única forma de libertação e conservação da memória negra na sociedade.

A obra evidencia a mancha deixada na história da humanidade, desde épocas coloniais, e que ainda persiste em diversos comportamentos racistas, sejam em palavras que já deveriam estar em desuso como ‘criado mudo’ ou no olhar de medo direcionado a pessoas negras em situação de vulnerabilidade.

Entretanto, ainda é possível notar a luta pela sobrevivência negra em setores como a literatura, os esportes, as artes e na vida política. E são essas as fugas que o autor nos ensina, para que possamos abrir novos caminhos para outras realidades.

“Clínica do Impossível” traz a batalha contra a máquina mortífera do racismo, que não descansa e faz com que o negro precise fazer o impossível, a cada dia, em busca de um horizonte menos caótico e amedrontador. O paradoxo é este: o impossível do fim imediato do racismo e a improvável desistência dos negros pela manutenção de seus direitos e liberdades.

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