Afanes fez o motorista acelerar até conseguir ficar o carro do taxista ficar colado no que Ficci dirigia.
‘Emparelhe por favor. “ordenou ao chofer do taxi.
‘Já estamos no limite, isso não faço’
‘Vai, esse sujeito está levando a moça para uma armadilha’
‘Vamos chamar a polícia, não tenho nada a ver com isso’ rebateu o taxista.
E travaram uma luta com ambos tentando ganhar a direção. Ao chegar numa velocidade limite Ficci percebeu que era Afanes tentando emparelhar o carro e pediu para Jerusa desacelerar.
Fizeram isso de forma abrupta, mas o carro foi fechado por um terceiro veículo que chegou do nada e o velho Plymouth Valiant capotou inúmeras vezes.
Afanes e o motorista do Fiat frearam adiante, e viram o carro se destroçando pelo retrovisor. Afanes queria voltar, mas o chofer acelerou de forma que o taxi também saiu da estrada.
Afanes desceu do veículo e correu em direção ao veículo tombado no meio da rodovia. Havia pouco tráfego, mas mais ninguém parou para socorrer os acidentados apesar de seus acenos desesperados.
Quando se aproximou viu que ambos pareciam estar seriamente feridos, mas vivos. Jerusa estava presa ao cinto. Afanes soltou-a e arrastou para fora do carro capotado que cheirava fortemente à gasolina.
‘Você está bem?’ Enquanto tentava observar se havia sinais de sangramento ou fratura.
‘Estou viva, acho’ respondeu Jerusa sem ter muita certeza.
Ela pensou no significado de um acidente: acaso ou necessidade? Um evento destes viria do nada. O que realmente significava? Sua manteve voltou para quando ela caiu de uma escada e ganhou uma concussão quando tinha 9 anos. Era a mesma sensação. Parece irreal. O stress transforma a consciência do sujeito e ele muda até sua perspectiva de tempo.
'Ajude o Ficci, ele parece estar preso.' Ela teve força para gritar gemendo de dor.
Afanes estava paralisado!
"Olha ai. Ele está preso nas ferragens.'
Afanes continuava confuso e inerte.
Jerusa gritou:
‘Vai lá porra! Ajuda o cara!!’
Afanes, arfante, enfim aproximou-se e soltou o cinto de Ficci que estava desacordado.
A gravidade impôs-se, e ele caiu com o pescoço dobrado sobre o teto do carro. Ele viu que a perna de Ficci estava presa, e seus dedos do pé parecia semi esmagado pelo metal do acelerador, usou uma alavanca de uma peça que havia se soltado e com um grande esforço conseguiu liberar os pés do Dr. Ernesto.
Um enorme caminhão que transportava papel parou no acostamento e o condutor ofereceu ajuda.
‘As malas. Pegue as malas.’ Jerusa pediu.
‘Não é hora de pensar em malas’ Afanes respondeu indignado.
‘Então eu mesma pego’ E Jerusa tentou se arrastar até a beirada da caçamba.
‘Deixa. Eu mesmo pego’ Bufou o jornaleiro.
E Afanes jogou as duas malas-baú para dentro da caminhão.
Com ajuda do caminhoneiro e de forma precária foram arremessados na parte interna do Scania.
Continua