A compositora Astrud Gilberto , que nos deixou nesta terça-feira (6) aos 83 anos , colaborou - e muito - para que a Bossa Nova ultrapassasse as fronteiras do Brasil.
Gilberto morava nos EUA e faleceu em seu lar na Filadélfia . Ela deixa dois filhos e duas netas. Uma delas, Sofia , deixou uma mensagem emocionante em sua rede social.
"A vida é linda, como diz a música, mas venho trazer a triste notícia que minha avó virou estrela hoje e está ao lado do meu avô João Gilberto" , escreveu Sofia .
Astrud Gilberto nasceu em Salvador (BA) em 1940 , mas se mudou com a familia para o Rio de Janeiro . Em 1959, ela se casou com João Gilberto . Seu sobrenome foi adotado com o matrimônio.
Ela dividiu o palco com outros grandes nomes da bossa nova e do samba como Elza Soares, Johnny Alf e Nara Leão . Eram os anos 1960 e o Rio abraçou a musicalidade de Astrud, se tornando uma das grandes expoentes da então nova MPB.
Morando com João Gilberto em Nova York (EUA), Astrud teve uma importante participação no disco que se tornaria um dos clássicos da música brasileira, Getz/Gilberto , um álbum colaborativo de João com o saxofonista Stan Getz . O maestro soberano Tom Jobim assinou os arranjos das faixas.
Foi justamente neste álbum que Astrud Gilberto teve seu talento exponenciado no exterior, quando ela conquistou um Grammy Awards em 1965 com a icônica Garota de Ipanema, a qual ela apresentou para o mundo.
Seu inigualável talento como cantora e compositora, pavimentou o caminho para que ela concorresse com os Beatles e Barbra Streisand naquela noite de gala do Gramm y, o que já seria um feito louvável para qualquer artista naquele momento.
Em 2002, Astrud foi imortalizada no International Latin Music Hall Of Fame .
Na música do novo século, a já saudosa artista brasileira é referência imediata para Billie Eilish , um dos grandes nomes do pop internacional da atualidade.
Com seu carisma e talento nato, Astrud foi o cartão de visitas do Brasil ao mundo. E deu bossa.