Em cartaz como Pumba de "O Rei Leão — O Musical", o ator Diego Luri tem motivos de sobra para comemorar os rumos que sua trajetória artística tomou na última década. De jornalista formado a protagonistas de musicais da Broadway no Brasil, o carioca conta com um "leque de vivências" que lhe permitiram se tornar o cara versátil que é, indo de atrações jornalísticas a livros infantis, passando por projetos internacionais.
Quem vê Diego ao lado de Lucas Cândido, intérprete de Timão, encantando o público ao som do clássico hit "Hakuna Matata" não imagina o trabalho físico para viver o simpático javali. "A roupa é pesada, e toda vez que saio de cena tem um banco especial me esperando, onde se lê 'Pumba'. Fora isso, um apoio para ajudar a sustentar a estrutura do boneco, que pesa para trás, enquanto estou sentado aguardando a próxima entrada. Eles fazem de tudo para tornar a função agradável. Especialmente a Cris, camareira que está sempre comigo. Se não fosse ela do meu lado, nem sei o que seria de mim", brincou durante bate-papo com o site.
Mas, até chegar ao posto do famoso "porquinho" natural da Europa, Luri passou por diversos marcos pessoais, como o ogro "Shrek". Protagonizar a versão do sucesso da DreamWorks o apresentou para o teatro musical em 2012, em uma oportunidade que lhe valeu a nomeação de ator revelação no "Prêmio Bibi Ferreira 2013", além de "abrir caminhos" para outros papéis que o conduziram até o momento atual. Confira a conversa na íntegra!
1. Seu début foi em "Shrek", e já no papel-título. Conte um pouco sobre essa experiência e o que mais te marcou nela.
Foi fantástico. Surpreendente, divertido e transformador. Não tinha bagagem naquela época, então foi uma responsabilidade encarar um desafio tão grande. Fiquei apavorado e fui com medo mesmo. Cresci demais ao longo dessas temporadas.
Hoje olho para trás com carinho, mas, por bastante tempo, não gostava nem de ver vídeos, porque me criticava sempre. Minha opinião difere, felizmente, de tantas pessoas que foram impactadas, que dizem que se apaixonaram pelo segmento depois de assistirem e atores e estudantes de teatro, frisando que me tornei uma inspiração a partir daquela peça.
"Shrek" colocou portas diante de mim e me ensinou demais. Sou muito grato por esse processo que foi, acima de tudo, divertido. Temos histórias de bastidores que nós, do elenco, lembramos e gargalhamos. Ah, também tem isto: fiz amigos para a vida!
2. O papel lhe deu, além de visibilidade, um direcionamento ao "Prêmio Bibi Ferreira". Essas conquistas te motivaram a seguir em frente na área?
Com certeza, receber "um reconhecimento tão significativo" é gratificante. Foi um dos sinais de que estava no caminho certo. Na época, ainda conciliava com o jornalismo, apresentava um programa independente chamado "Vida e Missão" e escrevia para alguns veículos. Claro, conforme era possível, porque a disponibilidade se tornava cada vez mais escassa.
Porém, São Paulo me recebeu de braços abertos, e devo isso a "Shrek" e suas reverberações. Ao longo desses dez anos, tive o privilégio de emendar um projeto no outro, o que reconheço que não é regra, mas exceção. Coleciono títulos da Broadway e obras originais brasileiras. Tenho orgulho da minha jornada.
3. Atualmente, você faz o Pumba, em "O Rei Leão", da Disney. O que te motivou mais na fase de testes e como foi ser escolhido?
O nome do longa-metragem é forte. Além de uma animação inesquecível do cinema, "O Rei Leão" é um dos principais espetáculos existentes, sendo a maior bilheteria do mundo e o terceiro com mais tempo em exibição lá fora.
É uma honra poder fazer parte disso. É desafiador interpretar alguém tão conhecido. Manter a essência em outra linguagem é algo imenso. Creio que fiz escolhas acertadas. A resposta tem sido ótima, e há até quem diga que está igualzinho ao do filme. No entanto, se pararem para analisar com cuidado, verão que é bem diferente.