"Vai na Fé" vem se destacando como uma trama recheada de personagens reais, gente como a gente, com seus erros e acertos. E Lucas, um jovem ator que já foi filho de Wilma Campos, de Renata Sorrah, no teatro, é um deles. Comemorando 15 anos de caminhada, Vitor Thiré é quem o interpreta na produção das sete.
Com 29 anos, o multifacetado artista estreou profissionalmente aos 14 na série da HBO "Filhos do Carnaval". Depois, migrou para a sétima arte com o longa "Desenrola", que, em seguida, virou programa de duas temporadas no Multishow. A atração, aliás, é assinada por Rosane Swartman, a mesma de "Vai na Fé".
Em seu currículo na televisão também constam as telenovelas "Malhação", "Amor Eterno Amor", "Órfãos da Terra", "Liberdade Liberdade", além dos seriados "As Brasileiras" e "Sob Pressão" e das minisséries "Filhos da Pátria" e "Se Eu Fechar os Olhos Agora", tudo na Globo.
Em 2024, ele, que fez parte de mais de vinte peças e ganhou o prêmio Botequim Cultural com o espetáculo "Vou Deixar de Ser Feliz Por Medo de Ficar Triste?", em 2019, poderá ser visto na terceira temporada de "As Five", no serviço de streaming da emissora da família Marinho. Confira trechos do bate-papo!
1) Você está comemorando 15 anos de carreira tendo apenas 29 de idade. Dá para fazer um balanço da sua história?
É muito lindo e gratificante saber que estou vivendo do que gosto de fazer. Quando subi ao palco pela primeira vez, senti que fui mordido pelo bichinho do teatro. Aí, já era: quando me dei conta, estava totalmente envolvido (risos).
2) Quais as vantagens e desvantagens de se começar uma profissão tão novo?
No meu caso, o lado, digamos, não tão positivo foi não ter conseguido me dedicar a uma faculdade. Quero e ainda vou fazer. O lado bom foi acumular mais bagagem e experiência ao longo desses anos e em vários sentidos.
3) Em algum instante, mesmo sendo de uma grande família talentosa, cogitaram que você não seguiria na vida artística quando adulto?
Não, ainda bem. Meus familiares foram e serão a minha maior inspiração e a mais confiável rede de apoio. Sempre deixaram claro que me dariam força na profissão que eu escolhesse.
4) Atualmente, você está em "Vai Na Fé" interpretando o responsável pelo filme de Wilma Campos, de Renata Sorrah. O que levou da sua vivência para o personagem? E ele está te influenciando de alguma forma?
Lucas Martins é um dos papéis que mais se aproximam da minha realidade. O fato de ele ser ator facilitou a composição, pelos trejeitos, pelas manias e pela maneira de se posicionar. Sendo diretor, isso já me inspirou a querer saber mais sobre o ofício que tanto me encanta, cujo universo pretendo explorar na prática. É a arte alimentando o viver constantemente, e vice-versa.
5) Em paralelo, podemos te ver como um ativista ambiental em "Aruanas". Como é atuar num projeto que traz uma mensagem tão importante?
É gratificante perceber que, além de exercer a profissão junto a pessoas tão sensacionais e que levarei para a vida inteira, ainda tenho a incrível oportunidade de escancarar para o universo os contratempos que realmente ocorrem no Brasil, sobretudo a partir do viés ambiental. É como colocar essa fundamental lente de aumento para que o problema possa ser resolvido mais rápido com a ajuda do planeta.
6) Hoje, com a entrada forte de novas mídias, acredita que fazer folhetins ainda é essencial para um ator?
Nunca achei primordial. É similar a estar em teatro, cinema, streaming e dublagem. Tais recursos são opções, mas acredito que a força das novelas perdurará por um bom tempo.
7) Fale mais sobre o "Teatrê" que desenvolve com adolescentes no Rio de Janeiro.
É um curso voltado para os que se interessam pela atividade no palco. A ideia surgiu com a minha amiga e atriz Bia Ribeiro. Somos monitores da Kihu, colônia de férias que fica no sítio da família, cujo público é justamente teen.
Então, com certa experiência com essa faixa etária e com teatro, resolvemos abrir o "Teatrê" para espalhar cultura e preencher uma lacuna que antes existia. Diferentemente quando se trata dos segmentos infantil e adulto.
8) Como lida com a fama e o assédio dos espectadores e da imprensa?
Adoro o reconhecimento sincero do nosso trabalho, pois é sinal de que a mensagem chegou até a pessoa de alguma maneira, mesmo que apenas visualmente. É um carinho bacana de receber. É o feedback que nos dá ânimo e força para continuar em frente.
9) Ser artista é...
Assumir um espírito e uma alma livres, é saber que temos a missão de transformar o mundo num lugar melhor por meio da magia, do amor, da emoção, da empatia, da identificação, do reconhecimento no outro, da inspiração, da transcendência, enfim, da arte.
10) Prestes a completar 30 anos, como quer estar daqui a três décadas?
Com mais saúde, gás, disposição e vigor para continuar fazendo aquilo que aprecio e perto de quem amo. Que esteja sempre começando e recomeçando tudo outra vez. Que eu possa viver numa sociedade mais justa, com mais paz e amor. Só isso. Alegria!