Fred Nicácio nem bem entrou no "Big Brother Brasil 23" e já notou seu nome virar quase sinônimo de destempero, para a alegria dos telespectadores que gostam de lenha na fogueira e estão à procura de um "malvado favorito" para mobilizar as conversas no mundo digital. E, se na edição passada esse arquétipo não apareceu, na retrasada, pegou fogo e mostrou como rival de mocinho é fundamental para alimentar uma história.

Conhecido por ser um dos "cinco fabulosos" do programa "Queer Eye Brasil", da Netflix, o apresentador, que se descreveu como "uma explosão de energia positiva", fez Cezar Black (que também está confinado na casa) se sentir ofendido e chorar ao desabafar sobre um acontecimento que entendeu ter sido de racismo envolvendo uma técnica em enfermagem. 

"Eu era fisioterapeuta e vi um médico entubando [um paciente] e falei assim: 'Queria fazer isso aí'. Uma enfermeira branca olhou para mim e disse: 'Sai para lá, menino'. Sete anos depois, voltei, e ela foi minha auxiliar. É, estou aqui, doutor Fred Nicácio. Agora vou entubar, e você vai me ajudar. É assim que a gente trata racista", comentou durante bate-papo com outros brothers.

Como era de se esperar, o episódio despertou críticas ferrenhas nas redes sociais, em especial do Coren-SP, que emitiu um comunicado destacando a essencial atuação dos  profissionais diante da pandemia da Covid-19 e reafirmando que não há hierarquia entre funções, "uma vez que todas as categorias da saúde têm atribuições devidamente estabelecidas".

O assunto intensificou um debate a respeito dos temas "empoderamento" e "arrogância" e impulsionou uma série de vídeos. Em um deles, compartilhado pelo perfil Paola Debochada no Twitter, um criador de conteúdo aparece caracterizado como o Fred (com o mesmo corte de cabelo e tudo!) tomando drink dentro da piscina no melhor estilo Luisa Marilac.

E, como se estivesse respondendo a alguém o porquê de tanta soberba, manda um: "Por quê? Sou rica, bonita e famosa [no feminino mesmo]. Não preciso de nada nem de ninguém, estou no 'BBB'". Em seguida, ao ver uma moça passando pelo local, pergunta o que ela faz. Ao ouvir "enfermeira", estende a taça e dá aquela carteirada: "Ótimo. Por gentileza, me sirva. Quero vinho. Ah, e traga alguns canapés".