Após integrar o elenco de "Gênesis", Bruno Suzano se prepara para atuar em "Reis", nova trama da RecordTV, que estreia em 2022. Além disso, o artista carioca, que lançou recentemente o filme "Amarração do Amor", do qual é protagonista, também volta aos palcos com o musical "Belchior", em que interpreta o alter ego do cantor. O espetáculo ficou em cartaz no Rio em 2019 e fez turnê pelo país.
Soma-se a isso o fato de poder ser visto em diversas plataformas digitais, como iTunes, Apple TV+, Google Play, YouTube Filmes, Vivo, Now e Looke, com o longa "Nas Mãos de Quem Me Leva", de João Côrtes, que acabou estendendo o convite para ele rodar, em breve, o seu novo projeto cinematográfico. Trata-se do curta-metragem "Sofia".
Mas, no seu currículo, ainda constam dezenove montagens teatrais, entre elas, "Olheiros do Tráfico", que esteve em cartaz por quatro anos e que lhe rendeu o prêmio de ator revelação no Festival FITA em 2015, participações em novelas e incursões no cinema, como no emocionante "Divaldo — O Mensageiro da Paz", de Clovis Mello, que conta com Bruno Garcia, Regiane Alves, Laila Garin e outros famosos.
Para falar sobre esses e outros assuntos, Bruno topou conversar com o site. Confira os melhores momentos na íntegra!
1. Bruno, você é o protagonista de "Amarração do Amor". Como é estrelar um longa nacional (algo tão sonhado pelos atores) e ainda poder abordar o preconceito religioso?
É maravilhoso! Um dos maiores presentes que a vida já me deu até hoje. Sigo realizando e agradecendo pelas conquistas que não foram nada fáceis. Então, o sentimento é de gratidão e de desejo por mais. Versar sobre esse tema no cinema é como eternizar essa história e poder assistir a ela daqui a alguns anos e refletir sobre o que mudou ou não na nossa imensa sociedade.
2. Por falar nisso, você acabou de fazer "Gênesis", na RecordTV. Segue alguma religião e como isso interfere nas suas escolhas profissionais?
Sim, sou evangélico. Eu nasci dentro da igreja, inclusive foi lá que aprendi a cantar e tocar violão. E, com relação à escolha dos personagens, na grande maioria, são eles que escolhem.
3. Fale um pouco de seu trabalho em "Gênesis" e como foi fazer essa novela tão grandiosa em plena pandemia.
Foi um alívio artístico e, principalmente, financeiro. Ela já tinha estreado quando me convidaram para dar vida ao Uriel. Estava em casa assistindo e, meses depois, eu estava lá atuando. Foi emocionante ter vivido tudo isso. Um presente atrás do outro. Que seja sempre assim.
4. Você já está escalado para "Reis", nova trama da RecordTV. Como está sendo a preparação?
Uma das melhores partes do processo, que, sem dúvida, dá a possibilidade de nós, atores, experimentarmos vários caminhos para compor o personagem, com calma e muito estudo. A expectativa é gigante, e a ansiedade é maior ainda, sem contar o amor por esse trabalho, que é sem medida.
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5. Você tem 29 anos e já havia feito algumas participações na TV antes de pegar esses trabalhos grandes recentes. Acredita que essas oportunidades estão surgindo porque o mercado está se expandindo mais para os atores negros?
Acho que sim e que não. Explico partindo da minha experiência nessa trajetória. Penso que o fato de eu estar trilhando essa jornada há anos fez com que as portas se abrissem aos poucos. Venho percebendo isso com o passar do tempo. E, como este nunca para, meus irmãos vieram na frente, abrindo os caminhos para que hoje eu pudesse ter a possibilidade de escolha. Apesar de haver muita dificuldade de oportunidade, vamos conquistando nosso espaço.
6. Aliás, como ator negro, estamos em novembro, mês da Consciência Negra. Você já passou por algum tipo de preconceito no trabalho?
Sim, sempre! O tempo inteiro eu passo por uma espécie de teste, o racismo quando não é escancarado, e sim velado, mas ainda continua sendo ele.
7. Aproveitando, quando e por que decidiu ser ator?
Eu tinha dezesseis anos quando vi pela primeira vez um ator de televisão na minha frente. Venho da "roça", então encontrar algum famoso andando pela rua como é na zona sul do Rio não era algo comum; era fora da minha realidade. Foi quando, numa praia da Barra de Guaratiba, troquei meia dúzia de palavras com um artista, que, na época, fazia "Malhação". Era fã dele e da novela. Voltei para casa correndo e dizendo que queria ser ator. Uma semana depois, estava num curso livre de teatro. Daí em diante, não fui o mesmo. Detalhe: nunca mais vi esse tal ator. Uma pena, porque ele era muito bom.
8. Você fez e vai voltar a fazer, em breve, o musical "Belchior". Fale um pouco sobre o projeto e a chance de contar sobre a obra de Belchior para novas gerações.
"Belchior — Ano Passado Eu Morri, Mas Esse Ano Eu Não Morro." Esse espetáculo é absolutamente necessário, além de ser um excelente entretenimento. Faço o alter ego do Belchior que costura a peça com textos do próprio cantor. A oportunidade veio por meio do convite do diretor Pedro Cadore, que me chamou para uma leitura, e eu topei na hora.
9. Você namora a atriz Thaís Müller. É mais fácil se relacionar com alguém da mesma profissão? Vocês têm algum projeto juntos?
Toda relação passa por altos e baixos, isso é inevitável, mas escolhemos sempre viver a parte alta, a fatia mais gostosa do bolo, buscando a melhor versão de nós, nos conectando, andando de mãos dadas para um lugar que estamos criando. Sobre os projetos, fizemos uma peça on-line durante a pandemia e já estamos num novo processo, mas ainda é segredo.
10. E como se vê nos próximos anos?
Realizando cada vez mais. Quero seguir fazendo o que amo e acredito que contarei boas histórias, levando alegria e reflexão para esse "mundão de meu Deus".