Beatriz Reis e Fernanda Bande são as únicas que fizeram campanhas desde a eliminação do BBB 24
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Beatriz Reis e Fernanda Bande são as únicas que fizeram campanhas desde a eliminação do BBB 24


As reclamações dos participantes do BBB 24 sobre falta de dinheiro e dificuldades em fechar contratos de trabalho pós-reality não são infundadas. A Globo endureceu drasticamente os acordos assinados antes de suas entradas no reality show e estipulou uma série de regras e limitações prévias, que impedem faturamentos extras nesta etapa em que ainda estão com os nomes em alta. E das publis pós-reality, que somente Beatriz Reis e Fernanda Bande fizeram até o momento, a emissora engole uma enorme fatia do cachê.


A coluna teve acesso ao contrato assinado pelos participantes antes de entrarem no BBB 24. E ali já está determinado que todos estão terminantemente proibidos de fazerem qualquer tipo de publicidade que não seja para as marcas que patrocinaram o reality show neste ano. Isso por si só já restringe absurdamente as possibilidades, já que foram 25 empresas que investiram no programa.

"Após a saída do Participante do Programa o mesmo ficará impedido de realizar ações comerciais que não sejam dos patrocinadores/parceiros comerciais do Programa e decorrentes de contratos que não sejam celebrados por intermédio da Globo, durante a vigência deste Contrato", determina o documento.

E caso venham a fazer publis para estas marcas que patrocinaram o BBB 24, o valor do cachê já está definido: R$ 15 mil. Esta é a quantia que Nanda ganhou neste fim de semana ao participar de uma festa promovida pela Amstel, em São Paulo, na qual ela produziu conteúdos da cervejaria para suas redes sociais. Foram feitos dois posts para o feed de seu Instagram e mais uma sequência de Stories, compartilhados em seu perfil e também no da empresa.


"Ação comercial realizada pelo Participante para as redes sociais do Participante: R$ 15.000,00 (quinze mil reais) por até 05 (cinco) entregas digitais, de qualquer natureza. Esta entrega digital contempla Collab e poderá ser repostado nas redes sociais da Globo e/ou de parceiros comerciais Globo, sem custo adicional. O mesmo conteúdo em Collab entre diferentes perfis conta como 01 (uma) ativação apenas. As réplicas e reposts dos mesmos conteúdos para outras redes sociais estão liberadas sem custo adicional. Todo conteúdo comercial poderá ser repostado nas redes sociais da Globo, com impulsionamento, ou dos parceiros comerciais Globo, sem impulsionamento", diz o contrato.

Este mesmo valor foi pago à "loba" quando gravou o vídeo de "react" à campanha que Beatriz Reis fez para o iFood, e que acabou exibida no intervalo comercial da final do BBB 24. Por falar em Bia, ela embolsou esta mesma quantia na propaganda, por ter sido veiculada nas redes sociais da empresa, e teve um cachê adicional não revelado pelo fato do vídeo ter sido apresentado inicialmente na TV.

A quantia de R$ 15 mil, para pessoas que estavam duras e tinham uma renda muito inferior a isso antes de entrar no BBB 24, pode brilhar os olhos de qualquer aspirante a influencer. Mas Bia e Nanda são dois fenômenos digitais e têm, respectivamente, 5,3 milhões e 2,6 milhões de seguidores no Instagram, e engajamentos altíssimos. Fontes da coluna no mercado publicitário afirmam que uma campanha no perfil de cada uma custaria a partir de R$ 40 mil ao caixa da empresa contratante, ainda mais pelo fato de ambas seguirem com os nomes em alta na mídia e seguem com ampla exposição na TV. A "loba", por exemplo, virou apresentadora da Globo, o que eleva ainda mais seu passe.

Como é a Globo quem faz o intermédio entre as empresas anunciantes e os ex-BBBs, ela se reserva o direito de não abrir o jogo de quanto faturou em cima de cada campanha. E justamente por estar ciente da popularidade de seus contratados, ela estipula o valor que entende como adequado para estas ações. Mas os novos influencers não ganham um centavo a mais daquilo que está estipulado. E toda a "gordura" fica no caixa da emissora.

Estas regras são novas. Por isso que até os participantes mais desaplaudidos de temporadas anteriores conseguiam fazer um dinheirinho extra assim que deixavam a casa mais vigiada do Brasil, indicando diversos perfis de empresas --inclusive as de caráter duvidosos.

Nos contratos antigos, a Globo limitava a regra de que o ex-BBB não poderia fazer publis de empresas concorrentes às patrocinadoras do reality durante a vigência do contrato. Um exemplo real que aconteceu no ano passado e no retrasado foi o Burger King procurar os eliminados para atuarem em campanhas nas redes sociais, com um cachê muito interessante, mas todos foram impedidos pelo fato de o McDonald's ter investido milhões no reality da Globo.

Mas ainda assim, muitos conseguiram fazer publis para empresas de cursos, viagens, clínicas de estéticas, jogos online, vestuário, plataformas de investimento de dinheiro, entre outros ramos de atuação. Agora, nada disso é permitido. Alguns ex-BBBs desta edição tiveram que deletar de seus perfis as postagens de permutas que fizeram com clínicas após passarem por cirurgias plásticas.

As reclamações dos participantes do BBB 24 sobre falta de dinheiro incitou uma onda de críticas e deboches por parte de ex-BBBs de temporadas anteriores. O que eles não sabem --ou não entenderam-- é que a vida da galera que esteve neste ano no reality da Globo ficou muito mais difícil e complexa, e a emissora controla absolutamente tudo que diz respeito às suas vidas comerciais. E isso não ocorreu nos anos anteriores.

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