O professor reforçou que irá processar a artista
Reprodução/Instagram
O professor reforçou que irá processar a artista

No último domingo (21), Ludmilla se apresentou no Coachella, nos Estados Unidos, e gerou uma grande polêmica com as imagens que apareceram no telão durante o show. A artista projetou cenas de comunidades do Rio de Janeiro e uma delas com a frase: "Só Jesus expulsa o Tranca Rua das pessoas". O trecho foi apontado como intolerância religiosa e o professor Babalawô Ivanir dos Santos admitiu que entrará com um processo contra a cantora.

"Vamos andar com a representação primeiro para ver como ela irá argumentar. Por intolerância religiosa. Ela reproduziu uma atitude de intolerância grandiosa, de que ela mesmo é vítima da polarização de gênero. E que sirva isso com um grande debate na comunidade, que é abarcado na nossa lei", esclareceu à revista Quem.

"Se ela vai dizer que reproduziu a favela, a gente sabe também que na comunidade existe intolerância religiosa, inclusive no tráfico de droga. A coisa mais grave. Como é que uma pessoa negra, da comunidade LGBT, que sofre intolerância e é discriminada reproduz isso e acha que é uma coisa comum e natural? (...) E ela não sabe o que ela está fazendo? Ela participou do [série] Arcanjo Renegado, que dei consultoria, e em uma cena ela defende um terreiro de uma ação de intolerância. Ela entrava e matava as pessoas criminosas. Ela sabe o que é isso", acrescentou.


"A contradição dela e da diretora de arte, que são comunidade LGBTQIA+, e sofrem intolerância agressiva pela orientação de gênero, a orientação sexual. No caso da Ludmilla, mais grave ainda, por não respeitar a cultura dos seus ancestrais. Porque se respeitasse a Exu, ela jamais faria isso. Quem respeita a Exu não faz isso", conclui.

Em suas redes sociais, Ludmilla rebateu as críticas: "Quando eu disse que vocês teriam que se esforçar para falar mal de mim, eu não achei que iriam tão longe. Hoje tiraram do contexto uma das imagens do vídeo do telão do show em Rainha da Favela, que traz diversos registros de espaços e realidades a qual eu cresci e vivi por muitos anos, querendo reescrever o significado dele, e me colocando em uma posição que é completamente contrária à minha".

"Rainha da Favela apresenta a minha favela, uma favela real, nua e crua, onde cresci, mas, infelizmente, se vive muitas mazelas: genocídio preto, violência policial, miséria, intolerância religiosa e tantas outras vivências de uma gente que supera obstáculos, que vive em adversidades, mas que não desiste. Isso passa por conviver em um ambiente muitas vezes hostil, onde a cada esquina você precisa se deparar com as dificuldades da favela (...) Meu show começa com uma mensagem muito explícita , que não deixa dúvida sobre nada! Na sequência, eu apresento a realidade sobre a qual esse discurso precisa prevalecer! Sobre uma favela sem filtros, sem gourmetizações, sem representações caricatas, uma denúncia sobre o real. Estou aqui pelo que é real, e não essa versão vitrine importada para gringo achar que esse é um espaço que se reduz a funk, bunda e cerveja!", declarou.

"Termino meu show com o céu tomado de pipas douradas, que representam a esperança que eu quero plantar no coração de todos que lidam com essa realidade! Esse vídeo foi feito por uma fotógrafa/videomaker negra e periférica, para que tivesse um olhar de dentro para fora! (...) Não me coloquem nesse lugar. Vocês sabem quem eu sou e de onde eu vim. Não tentem limitar para onde eu vou. Respeito todas as pessoas como elas são, e independentemente de qualquer fé, raça, gênero, sexualidade ou qualquer particularidade de que façam elas únicas", finalizou.


*Texto de Júlia Wasko

Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko

    Mais Recentes

      Comentários

      Clique aqui e deixe seu comentário!