A designer foi condenada a 18 meses de prisão
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A designer foi condenada a 18 meses de prisão

Em 2022, Nancy Gonzalez foi presa em Cali, na Colômbia, e extraditada para os Estados Unidos por estar envolvida em um esquema de contrabando de bolsas de pele de píton e jacaré. Aos 71 anos, a designer de luxo responsável por vender bolsas de luxo para celebridades como Britney Spears, Kris Jenner e Victoria Beckham, foi condenada a 18 meses de prisão após se declarar culpada sob a acusação.

A designer esteve envolvida em uma ampla conspiração plurianual que envolvia o recrutamento de mensageiros para transportar suas bolsas de luxo em voos comerciais para showrooms sofisticados e eventos de moda em Nova York, violando as leis dos Estados Unidos. "Tudo é movido pelo dinheiro (...) Se você quiser impedir a conduta, você quer o chefão da cocaína, não a pessoa que está no campo", disse Thomas Watts-Fitzgerald, procurador assistente dos Estados Unidos.

Os advogados de Nancy Gonzalez buscaram clemência e ressaltaram sua trajetória como mãe solteira divorciada de dois filhos. Eles informaram que ela desenha cintos em uma máquina de costura doméstica apenas para amigos até se tornar um ícone da moda, superando marcas como Dior, Prada e Gucci.


"Ela estava determinada a mostrar aos seus filhos e ao mundo que as mulheres, incluindo mulheres de minorias como ela, podem perseguir os seus sonhos com sucesso e tornar-se financeiramente independentes (...) Contra todas as probabilidades, esta mulher foi capaz de criar a primeira empresa de moda de luxo e de alta qualidade de um país do terceiro mundo", escreveram.

A defesa de designer ainda defendeu que ela já pagou caro pelos crimes após sua empresa colombiana declarar falência e parar com as operações. Eles ainda argumentaram que apenas 1% das mercadorias importadas não tinha autorização e eram amostrar para eventos, como a semana de moda de Nova York.

"Do fundo do meu coração, peço desculpas aos Estados Unidos da América. Nunca tive a intenção de ofender um país ao qual devo imensa gratidão (...) Sob pressão, tomei decisões erradas", disse Nancy Gonzalez antes da sentença

Para os promotores, ela adquiriu uma riqueza e estilo de vida que contrastava com os mensageiros que ela recrutou para o contrabando das mercadorias. Os entregares foram instruídos a dizer que os itens eram presentes caso fossem questionados pelos despachantes alfandegários. De acordo com os depoimentos dos co-réus e ex-funcionários, a designer contratava 40 passageiros para transportar quatro bolsas de grife cada um em voos comerciais. Ao todos, estima-se que ela contrabandeou mercadorias que renderam até US$ 2 milhões nos Estados Unidos. Já seus advogados, informaram que cada peça custava apenas cerca de US$ 140. "Sua missão se transformou em produzir criminosos (...) Ela tentou reescrever a lei por si mesma, fazer do seu jeito", enfatizou Thomas Watts-Fitzgerald.

As peles eram de jacarés e pítons criados em cativeiro. Em algumas ocasiões, Nancy Gonzalez não conseguiu obter as autorizações de importação adequadas do Serviço de Pesca e Vida Selvagem. Esses eram exigidas ao abrigo de um tratado internacional amplamente ratificado que rege o comércio de espécies selvagens ameaçadas e em perigo.

Em 2016 e 2017, ela foi alertada pelas autoridades dos Estados Unidos sobre o desvio das regras, tornando a sua conduta particularmente "flagrante", destacou o juiz Robert Scola. Apesar dos promotores buscarem uma sentença mais dura, de 30 a 37 meses, o juiz estaria considerando os quase 14 meses que ela permaneceu em uma prisão colombiana, aguardando a extradição. Ela segue sob fiança na casa de sua filha em Miami, deve se render no dia 6 de junho para iniciar sua sentença.

*Texto de Júlia Wasko

Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko

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