O Me Too Brasil divulgou apoio a Ana Hickmann, que denunciou as agressões físicas e psicológicas que sofreu do ex-marido, Alexandre Correa. Para a organização, a coragem da apresentadora ao expor a violência colabora para a conscientização das mulheres e encoraja a busca por apoio e medidas protetivas.
Em nota, o Me Too Brasil, responsável por ajudar de forma voluntária o enfrentamento da violência sexual no país, destacou que a violência doméstica pode "afetar todas as mulheres, de todas as raças, idades e condições econômicas, e a dificuldade em romper o silêncio é um ponto em comum entre todas as vítimas".
Segundo uma análise feita pelo núcleo de gênero do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), em 2016, as mulheres demoram cerca de 10 anos para romper o ciclo de agressões.
"Levantar a voz contra o agressor é difícil para todas as mulheres, principalmente, devido à forte relação afetiva, emocional e muitas vezes econômica que a vítima possui com seu agressor, que é também seu marido, o pai de seus filhos, alguém com quem a vítima subiu ao altar", afirmou a advogada Marina Ganzarolli, presidente do Me Too Brasil.
"O Me Too Brasil reconhece a coragem e a força de Hickmann. Sua atitude certamente vai inspirar outras mulheres a romperem o silêncio e saírem dos ciclos de violência e de relacionamentos abusivos em que se encontram", destacou a organização.
Além de relatar o caso de agressão, Ana Hickmann participou do Domingo Espetacular no último domingo (26) e contou detalhes dos horrores vividos durante esses anos de casamento. A apresentadora era humilhada, xingada, criticada e agredida.
Com isso, ela recorreu à Lei Maria da Penha, que enumera algumas das formas de violências que as mulheres podem sofrer: psicológica, moral, sexual, patrimonial e física. Dentre elas, está a violência psicológica, sendo essa uma das mais incidentes entre as vítimas.
A Pesquisa Nacional de Violência contra a Mulher, do Instituto DataSenado, reforça que ao menos 89% das 21 mil mulheres entrevistadas indicaram que já sofreram este tipo de violência. Além disso, a violência moral se mostra presente com 77%, a violência física com 76%, a violência patrimonial soma 34%, e a sexual 25%.
*Texto de Júlia Wasko
Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko