Beatriz Abagge em depoimento a série documental O Caso Evandro, do Globoplay
Reprodução/Globo
Beatriz Abagge em depoimento a série documental O Caso Evandro, do Globoplay

A Justiça anulou as condenações dos acusados pela morte de Evandro Ramos Caetano em Guaratuba, no litoral do Paraná, nos anos 1990. A defesa destacou o trabalho do jornalista Ivan Mizanzuk, criador do podcast que originou a série do Globoplay, no processo de revisão criminal. Ele identificou as fitas que provaram que as supostas confissões foram conseguidas por meio de tortura.

Beatriz Abagge, Davi dos Santos Soares, Osvaldo Marcineiro e Vicente de Paula Ferreira foram absolvidos pelos desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Paraná. A decisão, a qual não cabe recurso, foi aprovada por três votos a dois. A informação é do G1.

No julgamento dessa quinta-feira (9), os magistrados afirmam que as fitas foram fundamentais para a revisão criminal. "Obrigado a todos que acompanharam meu trabalho. Sem vocês, essas pessoas nunca teriam esse reconhecimento", escreveu Mizanzuk, em seu perfil no X/Twitter.

"Depois de 31 anos e 131 dias, vencemos a luta da nossa vida: provarmos a nossa inocência. Enfim, ela foi declarada pelo Judiciário", acrescentou Beatriz Abagge. 

A defesa da terapeuta ocupacional solicitou, em dezembro de 2021, que imagens e depoimentos que aparecem na produção da série O Caso Evandro, do Globoplay, sejam utilizados para "comprovar as injustiças que os acusados sofreram ao longo desses quase 30 anos".

Em um trecho do documento enviado ao Tribunal de Justiça do Paraná, a defesa de Beatriz solicitou: "As gravações acrescentam novas perspectivas sobre os fatos e provam aquilo que sempre alegaram os acusados Beatriz, Osvaldo [Marcineiro], Davi [dos Santos Soares] e Vicente [de Paula Ferreira]: de que eram gravados enquanto torturados".

Para os defensores de Beatriz, as cenas que compõem a série podem comprovar que ela e sua mãe, Celina Abagge, falaram a verdade quando afirmaram terem sido vítimas de agressões para assumirem a responsabilidade pela morte de Evandro, que teria sido usado em um ritual satânico.

Após a estreia da série na plataforma de streaming da Globo, a terapeuta ocupacional falou sobre o desejo de usar o conteúdo do documentário para comprovar suas afirmações.

Evandro foi encontrado morto com sinais de violência em 1992, iniciando uma "caça às bruxas" em Guaratuba. Sete pessoas foram acusadas e quatro foram condenadas.

* Texto de Lívia Carvalho
Lívia Carvalho é estudante de Jornalismo e apaixonada por cultura pop. Antes de entrar no time da coluna, foi produtora, apresentadora e repórter no programa Edição Extra, da TV Gazeta. Siga Lívia Carvalho no Instagram: @liviasccarvalho

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