Neymar Jr. assinou contrato de 2 anos com Al Hilal, time controlado pela monarquia saudita
Reprodução/Divulgação
Neymar Jr. assinou contrato de 2 anos com Al Hilal, time controlado pela monarquia saudita

Os investimentos do mundo Árabe no futebol chegam como uma novidade, mesmo que não seja uma total verdade. Isso porque a Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes já investiam em jogadores da Europa e da América do Sul. Apenas nos últimos dez anos, Emerson Sheik, Romário, Eduardo (meia do Botafogo) e outros atletas se aventuraram ou fizeram uma carreira inteira no Oriente Médio.

Porém, a contratação de Neymar por 90 milhões de euros pelo Al-Hilal, sendo a maior aquisição feita por um clube não europeu na história do futebol, marca uma nova fase do esporte. Diferente de outros tempos, quando os árabes faziam investimentos em atletas desconhecidos, em fim de carreira ou vindos da América Latina, agora os "sheiks" estão visando estrelas mundiais e, assim, trazendo os holofotes para si com compras bilionárias.

Para o especialista esportivo Helder da Bet, as contratações de Neymar, Sadio Mané, Karim Benzema, Cristiano Ronaldo, Roberto Firmino e até jovens estrelas, como Gabri Veiga, que é uma das maiores promessas do futebol espanhol, mostram que a Arábia Saudita está investindo não apenas no presente, mas principalmente no futuro.

"Acredito que essa nova postura do Mundo Árabe tem a ver com a última Copa do Mundo, que foi realizada no Catar. Por ter alcançado um grande sucesso e, ainda visando sediar uma próxima edição, a Arábia Saudita começou a mirar em grandes craques mundiais. Creio que isso pode alterar o ‘curso natural’ do futebol atual, que hoje tem a Premier League e outros campeonatos europeus como objetivos de todos os atletas do mundo", explica.

Com apenas 31 anos de idade e ainda em boas condições físicas, os novos rumos da carreira de Neymar podem estar alinhados com o futuro da seleção brasileira. Isso porque o craque, que deve receber mais de R$ 1,7 bilhão por apenas dois anos de contrato com o Al-Hilal, se tornou um dos símbolos de um novo mercado.

Para se ter ideia, existem 27 brasileiros espalhados por 13 dos 18 clubes na disputa da Saudi Pro League 2023/2024. Em comparação com as principais ligas da Europa, o campeonato nacional da Arábia Saudita só perde para a Premier League, que tem 34 atletas do Brasil. Outro indicativo é que para além de Neymar, o treinador Fernando Diniz, em sua primeira convocação, chamou o zagueiro Ibañez, atualmente no Al Ahli.

Além dos dois atletas, outros brasileiros que estão na Arábia Saudita já foram selecionáveis ou estão sendo cogitados para futuras convocações, como Fabinho (Al-Ittihad), Malcom (Ah-Hilal), Roberto Firmino (Ah-Ahli), Alex Telles e Anderson Talisca (Al-Nassr).

"Não são apenas jogadores brasileiros, mas podemos ver o Benzema, Cristiano Ronaldo e Kanté, que são atletas essenciais em seleções mundiais. Se pegarmos o passado, as ligas da Espanha e da Itália eram as principais, hoje a Premier League ocupa esse espaço. O futebol é um mercado de negócios, e as oportunidades de negócios são mutáveis", disse Helder.

Não dá para saber quais serão os novos passos dos árabes e como isso afetará a estrutura do futebol brasileiro. Mesmo assim, o que não dá para negar é que os novos "bichos papões" geram medo não apenas nos clubes do Brasil mas que, pela primeira vez, já assustam os antigos predadores europeus.

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