Carmem Virgínia e João Luiz Pedrosa prepararam um Feijão Tropeiro no Altar Cozinha Ancestral
Gabriel Perline
Carmem Virgínia e João Luiz Pedrosa prepararam um Feijão Tropeiro no Altar Cozinha Ancestral


No BBB 21, João Luiz Pedrosa foi um dos reis da Xepa. Sem a possibilidade de conseguir uma boa variedade de alimentos e sendo obrigado a preparar refeições com produtos menos nobres, ele conquistou alguns aliados no jogo pelo estômago. Mesmo sem um conhecimento profissional na cozinha, seus passos foram observados do lado de fora pela chef Carmem Virgínia, líder do restaurante Altar Cozinha Ancestral, que se tornou uma fã incondicional do rapaz. E dois anos após sua passagem pelo maior reality show da TV brasileira, o convidou para comandar uma noite na cozinha de seu estabelecimento.


"João sempre trouxe muito conteúdo para mim como cozinheira, porque ele tinha uma percepção do ingrediente muito forte no BBB 21. Ele sabia comprar, sabia a quantidade. Isso é muito importante. Parecia um menino que tinha feito aula de economia doméstica, porque sabia justamente a quantidade certinha para não faltar e ele dividia tudo", explicou Carmem à coluna.

Foi graças à participação de João no reality que Carmem teve a ideia de criar o Comida de Quinta, uma live em que prepara pratos tradicionais, sem os requintes rocambolescos da alta tecnologia da gastronomia, mas recheados de afeto, história e sabor. E a partir de agora, conta com a participação de alguns amigos famosos. Na última semana, foi o ex-BBB quem liderou sua cozinha.

"Eu passei a criar conteúdo para internet nessa época do BBB. Foi muito bom pra mim, porque aí eu fazia comida da Xepa e desmistificava algumas coisas. Muita gente não queria comer rabada, miúdos, fígado. E o João trouxe isso, de valorizar estes ingredientes. Eu sempre o admirei muito. A gente se via em alguns eventos, mas de forma modesta. A gente nunca chegou para conversar, mas aí ele trouxe a mãe dele no restaurante. E vi uma ótima oportunidade de eu abrir esse leque do Comida de Quinta e receber pessoas aqui dentro da minha cozinha", concluiu.

A coluna acompanhou de perto a imersão de João na cozinha, e o prato executado foi um feijão tropeiro. A escolha não foi à toa, e ele optou por resgatar sua origem humilde e mostrar que é possível servir uma refeição vista como popular dentro de um restaurante de alta gastronomia.

Carmem Virgínia e João Luiz Pedrosa prepararam um Feijão Tropeiro no Altar Cozinha Ancestral
Gabriel Perline
Carmem Virgínia e João Luiz Pedrosa prepararam um Feijão Tropeiro no Altar Cozinha Ancestral


"Eu aprendi muito a cozinhar com a minha mãe. Ela ama cozinhar e por muito tempo ela criou eu e os meus irmãos fazendo bolo para vender para fora de casa. Ela era confeiteira, e me lembro de ser muito pititico, ficar ajudando ela a enrolar docinhos, de soltar forminha pra poder colocar. Eu sempre estive muito na boca do fogão com minha mãe vendo ela cozinhar e fui aprendendo muito na observação", revelou.

"Eu saí de casa muito cedo, com 17 anos, para fazer a universidade. Então chegou um momento que eu falei: 'Tá, se ninguém fizer comida eu não vou comer. Não dá para eu comer miojo todo dia'. Então foi também um processo de eu ir aprendendo para sobreviver. E foi muito legal", completou.

Na hora de determinar o prato para o Comida de Quinta, João não recorreu ao Google para imprimir a receita. Ele já tinha feito o Feijão Tropeiro em outras ocasiões, mas ganhou algumas dicas de Carmem para deixar o prato mais rico. Em vez do feijão convencional, usaram o verde. E incrementaram com fumeiro, uma iguaria típica do Recôncavo Baiano, que acentuou o sabor dos demais ingredientes.

Outro ponto que selou a amizade da dupla foi a maneira "religiosa" que lidam com o alimento. Para eles, cozinhar é mais do que simplesmente colocar itens em uma panela e matar a fome. Tem uma dedicação de alma e inspiração divina, e um respeito admirável aos seus ancestrais.

"No momento em que você entra num lugar em que se sente acolhido, é inegável que você vai se sentir bem também, não é? Então me conectei muito por esse lado, de entrar aqui e saber que vão me respeitar, vão me tratar bem e que tem uma energia boa, que as pessoas estão se tratando bem, que o atendimento é bom, que a comida é boa. Então isso também a ancestralidade. Isso também é religião", analisou João.

Confira abaixo o encontro de Carmem Virgínia com João Luiz Pedrosa na cozinha:


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