A advogada criminalista Maira Pinheiro, que defende uma das vítimas que acusam o ex-BBB Felipe Prior de estupro, revelou ameaças que recebe desde 2021, quando entrou no caso. Entre as diversas ligações e mensagens ofensivas por parte dos fãs dele, uma delas se destaca: "Merece o pior tipo de morte".
Após a condenação do arquiteto a seis anos de prisão em regime semiaberto, Maira expôs o que estava recendo em suas redes sociais há mais de três anos.
"Os fãs dele são muito virulentos. Minhas redes sociais chegavam a ter mais de 100 mensagens, todas de ataque, de ódio, me xingando com palavras machistas, me atacando no exercício da profissão. A minha imagem foi muito explorada. Mas isso faz parte do jogo né? A gente não tem medo de fanático", revelou.
Em junho de 2021, a advogada recebeu mais de 20 ligações telefônicas de um número anônimo. Na ocasião, ela optou por não atender, pois não aguentava mais a pertubação.
"Vagabunda, vadia. Esse tipo de palavra. Porque é isso que nós mulheres somos quando desagradamos o patriarcado. E como a gente estava indo para cima de um criminoso em série, que tem um padrão de predação de mulheres, a gente desagrada o patriarcado. Mas não é algo que nos intimide", explicou.
Maira ainda compartilhou com o G1 algumas das mensagens recebidas. Entre as inúmeras ofensas, estão os termos: "Vagabunda, bandida, pilantra, rata, nojenta, desgraçada, imunda, arrombada, merece o pior tipo de morte e safada".
Outro fator importante, é que a criminalista ressaltou que os demais colegas homens que atuaram no caso não receberam o mesmo tipo de tratamento por parte dos fãs de Prior. "Para as mulheres, ser atacada e ameaçada no exercício da profissão é mais comum do que para os homens", disse.
A vítima do ex-BBB também sofreu com os ataques nas redes sociais. Embora não tenha revelado sua identidade, após denunciar o caso em 2022, recebeu diversas mensagens.
"Muitas mensagens de ódio, perseguições, pessoas ameaçando não só a mim, mas as outras meninas também, falando que a gente estava atrás de fama. Eu estou em anonimato porque eu não quero ser marcada por essa história", falou.
"Foi muito doloroso ver as pessoas comentando sobre o processo e tudo o que aconteceu de uma forma muito agressiva. Em cima de nós. Ser desconsiderada dessa forma e sem ao menos saber a minha história e considerar a nossa dor. Foi muito doloroso", completou.
*Texto de Júlia Wasko
Júlia Wasko é estudante de Jornalismo e encantada por notícias, entretenimento e comunicação. Siga Júlia Wasko no Instagram: @juwasko