A Justiça de São Paulo condenou a Jovem Pan e o comentarista Augusto Nunes por ofenderem Kiko Nogueira, diretor do blog Diário do Centro do Mundo. O canal e o ex-apresentador terão que pagar uma indenização de R$ 15 mil ao jornalista; valor que ainda terá alterações por conta dos juros e correção monetária.
A briga entre eles começou em janeiro de 2018. Na época, Augusto, que era comentarista do programa Os Pingo nos Is, alegou que Kiko havia sido demitido do grupo da editora Abril por ter assediado uma funcionária. A acusação foi feita após Kiko publicar em seu blog um texto chamando Nunes de jornalista de extrema direita.
"Realmente o blog equivocou-se ao tratar Augusto Nunes como jornalista de extrema direita, afinal, não se trata de um jornalista aquele que se presta a criar factoides e proliferar mentiras", disse Kiko à Justiça.
No processo aberto contra Nunes e a Jovem Pan, o jornalista afirma ser uma pessoa de "princípios" e que "jamais abusaria sexualmente de uma colega de trabalho".
Nunes foi demitido do canal de notícias logo após a vitória do atual presidente, Lula. Mas,ele se defendeu no processo alegando que "apenas contou um fato jornalístico, envolvendo pessoas de exposição pública" e como outra defesa citou o direito constitucional de sigilo da fonte.
Além disso, ele também argumenta nunca ter dito nada sobre "assédio sexual", mas apenas sobre "assédio".
A emissora saiu em defesa a Augusto e disse à Justiça que o comentarista apenas exerceu o direito dele de crítica e que em momento algum ofendeu o jornalista.
"[Nunes] atuou nos limites de sua atividade como jornalista: levou notícia aos cidadãos, não mentiu nem alterou a verdade dos fatos; simplesmente expôs os fatos que existiram, guardando o sigilo de fonte: não há ato a ser punido, pois está dentro do que é legalmente possível", declarou o advogado Esper Filho, à Justiça.
Na primeira instância, Nunes e a Jovem Pan venceram o processo, porém, Kiko recorreu aos desembargadores do Tribunal de Justiça e eles acabaram lhe dando razão sobre o caso.
Ana Zomer, desembargadora e relatora do processo no TJ, declarou que Nunes desrespeitou a prática correta do Jornalismo, tratando os assuntos pautados de forma leviana e sem publicar informações claras e contextualizadas. A emissora e o comentarista ainda podem recorrer.
*Com a colaboração de Victória Rossi