João Carlos Freitas de Camargo é o novo chairman da CNN Brasil. Há pouco mais de um mês no cargo, ele vem promovendo mudanças internas para fazer o canal de notícias ser uma empresa lucrativa. Para isso, foi necessário reduzir gastos. E a redução foi intensa. Somente em funcionários, a lista de cortes em todos os setores ultrapassou a marca de 120 pessoas . Não houve nenhum departamento poupado. E hoje, 20 dias após o "susto", novas vagas de trabalho foram abertas.

Fontes da coluna relataram que o executivo assegurou a seus diretores na CNN Brasil que não haverá novas demissões. Afastou a especulação sobre crise financeira e explicou que os cortes na lista de funcionários representaram apenas a fatia de um quarto em todo o excesso de gastos que o canal manteve desde sua inauguração.

Na conversa que teve com os executivos que compõem sua base de apoio o canal de notícias, João disse que as dispensas se deram exclusivamente para "chegar no breakeven".

O termo "breakeven" é um jargão de economia que basicamente significa "ponto de equilíbrio". O objetivo do novo chairman é fazer com que os custos e despesas operacionais do canal se igualem à receita de publicidade e outros canais de ganhos financeiros. Resumindo: ele quer que a CNN deixe de dar prejuízos e passe a gerar lucro. E o prazo que deu a si mesmo é curto: março de 2023.

Embora o anúncio de cortes tenha assustado o mercado, ele representa aproximadamente um quarto da redução de custos que foi planejada para o caixa da empresa. O executivo promoveu cortes de A a Z: negociou uma redução substancial no valor do aluguel da sede da CNN, alterou valores de contratos com todas as empresas que prestam serviços ao canal, como transporte e equipamentos.

Mas na reunião com seus executivos, ele foi firme ao dizer que os cortes acabaram. Ele agiu o mais rápido possível para "estancar o sangramento" do caixa e admitiu que este papel era muito chato.

Passada a fase de turbulência que assustou o mercado, ele pediu a Virgílio Abranches [executivo de programação] e a Leandro Cipoloni [vice-presidente de Jornalismo] que passem a dar mais espaço para a cobertura do agro e de energia na programação da CNN Brasil. E para isso, autorizou a contratação de comentaristas especializados nestas áreas para complementar as informações prestadas em seus noticiários.

Novos tempos

João tem se reunido com potenciais investidores diariamente. E pelas conversas iniciais, tem visto ânimo do mercado em se associar ao canal. Precisou se afastar de seus outros negócios, como o grupo Esfera e a 89 Investimentos (conglomerado de rádios) para se dedicar inteiramente à CNN Brasil.

Seu objetivo é fazer a marca aumentar ainda mais sua força no país. E embora não esteja nos planos voltar a operar com a mesma quantidade de funcionários que antes, ele faz projeções rápidas de crescimento do canal,  como sua estreia na TV aberta e também sua ampliação nas ondas do rádio.