O apresentador Paulo Mathias criticou os caminhoneiros bolsonaristas que estão bloqueando rodovias em 21 Estados brasileiros e no Distrito Federal, em forma de protesto contra o resultado das eleições de 2022. "Para mim, essas pessoas não são trabalhadoras", disse durante o Morning Show, da Jovem Pan News, nesta terça-feira (1º).
Paulo seguiu criticando a atitude dos eleitores de Bolsonaro que estão revoltados com a vitória de Lula no segundo turno, que aconteceu neste último domingo (30).
"Hoje é terça-feira, são 10h23 da manhã e essas pessoas não estão trabalhando, elas estão tumultuando a vida alheia. E essas mesmas pessoas estão dizendo que são patriotas. E eu acho que elas não são patriotas", afirmou.
"O sentido máximo do patriotismo é, em primeiro lugar, a solidariedade com as pessoas que vivem no mesmo lugar que você", disse o apresentador, que logo em seguida, comparou o ato dos bolsonaristas com as manifestações do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto).
"A gente criticou o MTST quando pegava pneus e tacava no meio de avenidas e rodovias, fazendo com que as pessoas não conseguissem ir e vir, a gente levantava a voz e falava que era um absurdo. A mesma coisa que esses caras estão fazendo agora a gente precisa criticar, porque a vida de várias pessoas tá sendo prejudicada por conta desses arruaceiros", declarou.
O apresentador ainda chamou os caminhoneiros bolsonaristas de "vagabundos": "É inadmissível a gente chamar essas pessoas que estão nas ruas de trabalhadoras. Trabalhador sou eu, são as pessoas que estão nos ouvindo, que estão ralando todo dia. Não é essa gente que tá, às 10h25, atrapalhando a vida de todo mundo. Vão pro inferno vocês que tão aí fazendo arruaça, vão pro inferno, bando de vagabundo".
"Para mim, essas pessoas não podem ser chamadas de trabalhadoras, não podem ser chamadas de patriotas, essas pessoas são arruaceiras que estão atrapalhando a vida dos brasileiros", afirmou cobrando um posicionamento de Jair Bolsonaro.
Entretanto, Zoé Martinez, que precisou segurar as lágrimas de tristeza para noticiar a vitória de Lula , nesta segunda-feira (31), se irritou com as colocações do colega e rebateu: "É engraçado como o presidente da República pode ser chamado, ao vivo, de covarde, e se eu fizer a mesma coisa com o Lula, ai meu Deus, o que vai acontecer comigo?".
Mathias seguiu criticando e comparando os atos, e entrou em um debate com Paulo Figueira Filho. "Eu não conheço um sentimento de solidariedade maior do que você deixar de trabalhar e, portanto, deixar de ganhar o seu sustento, para você brigar pelos direitos de todos nós. As pessoas têm o direito de estarem revoltadas", respondeu o comentarista.
"Eu chamei essas pessoas que estão se manifestando de vagabundos e continuo com a mesma opinião. Eu não estou de maneira nenhuma generalizando a classe dos caminhoneiros, que é uma classe, como o Paulinho disse, que sustenta esse país nas costas", finalizou o apresentador.
*Com a colaboração de Gabriela Ramos.