Cacau Mila é brutalmente atacada dentro de um ônibus da Buser
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Cacau Mila é brutalmente atacada dentro de um ônibus da Buser

A apresentadora do SBT de Goiânia, Camila Lourenço, mais conhecida como Cacau Mila, foi brutalmente agredida, na madrugada desta quarta-feira (28), por racismo e crime de ódio político. Cacau viajava de São Paulo para o Rio de Janeiro pela empresa Buser. 

Cacau entrou no ônibus na estação Santos Imigrantes, um dos pontos de embarque na região, e sem perceber sentou em um lugar que já estava ocupado com uma bolsa. Fernanda da Costa chegou no local e, sem hesitar, já começou a atacar a apresentadora. A criminosa, que era "dona" do assento, rasgou um adesivo do candidato Lula (PT) e parte da roupa que a apresentadora usava. 

"Nunca achei que esse tipo de coisa ia acontecer comigo, minha roupa está rasgada. Ela me puxou, gritou, rasgou minha roupa, começou a me xingar de 'lulista, abortista, negra e safada'", relatou Cacau. 

Esdras De Lúcia, que também é apresentador do SBT, tinha acabado de deixar a amiga no ponto de embarque quando recebeu um pedido de socorro: "Voltei correndo e perguntei se o motorista podia fazer algo, ele se recusou. Pedi para subir no ônibus, assim que ele autorizou fui acudir minha amiga que estava toda arranhada, levou socos e pontapés, suas coisas estavam espalhadas no corredor do ônibus e a senhora estava proferindo palavras de cunho misógino, racista e preconceituoso", disse ele à coluna.

O ativista negro comentou que a maior parte dos passageiros não se posicionou e que a racista se mostrou acuada com a chegada da polícia – depois de três horas de espera – no local. "A agressora começou a fazer papel de vítima", relembrou Esdras.

Um boletim de ocorrência foi aberto contra Fernanda da Costa, e agora Cacau espera seguir os próximos passos cabíveis a um processo. 

Após ser atacada e ofendida, Camila ainda teve que viajar parte do trajeto com a agressora. Só no meio do caminho, depois de uma pressão, a Buser providenciou um carro particular para a apresentadora terminar seu percurso. 

"Foi horroroso porque a gente percebe o quanto essa questão do racismo estrutural está arraigada na personalidade das pessoas. Para ela [Cacau] foi muito doloroso, porque ela foi agredida, violentada, se eu não chegasse podia ter acontecido alguma coisa pior. Tudo isso por causa de um adesivo do Lula", disse Esdras. 

Em nota, a empresa disse repudiar atos de racismo. "A Buser, maior plataforma de intermediação de viagens rodoviárias do Brasil, repudia com veemência qualquer ato de racismo e discurso de ódio. A plataforma informa que está acompanhando o fato ocorrido na noite de desta terça-feira (27/9), em uma viagem de São Paulo com destino ao Rio de Janeiro, em que uma passageira alega ter sido vítima de racismo. A passageira seguiu viagem em um veículo disponibilizado pela plataforma. A Buser está acompanhando a apuração do caso pelas autoridades policiais." 

*Com a colaboração de Amanda Moreira.

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