Após ser torturada e presa injustamente pelo assassinato de Evandro Ramos Caetano, em 1992, Beatriz Abagge acredita que o garotinho foi vítima de um esquema de pedofilia e levado para fora do Brasil.
"Eu acho que foi pedofilia. Acho que ele foi retirado de Guaratuba e foi levado para Aruba. É só um achismo, não tenho prova disso", disse ela em entrevista a Maurício Meirelles, no YouTube.
A terapeuta chegou a ser presa após passar por um processo de tortura, juntamente com sua mãe, Celina Abagge. As duas foram obrigadas a assumirem a culpa pelo crime, mas anos depois as duas tiveram suas inocências comprovadas. O crime foi um escândalo nacional e voltou a ter atenção neste ano, graças ao documentário O Caso Evandro, do Globoplay.
"Foi feito afogamento com água, sabão e toalha. Não lavava o rosto de jeito algum. Até que um dia quando sai da prisão fui a um clube com minhas crianças e mergulhei na piscina. Eu não dormia se eu não escutasse o que estava a volta. Tinha que saber o que estava acontecendo a minha volta. Superei choque elétrico, afogamento, ser violentada por várias pessoas. Superei. Não posso viver o passado. Hoje o medo que eu tenho é não ter medo. Tive muita amnesia. Os momentos da tortura só lembro flashs. Quando eu escrevo e coloco para fora, supero meus traumas", disse ela na entrevista ao apresentador da RedeTV!.
Por conta dos erros cometidos pela Justiça, agora ela luta para ter uma indenização. "Quero fazer um instituto para trabalhar com presos e familiares de presos", comentou.
Assista a entrevista completa: