Cena do musical em cartaz no Teatro Porto, região central de São Paulo
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Cena do musical em cartaz no Teatro Porto, região central de São Paulo


Com destaque no roteiro cultural, a montagem teatral “Rita Lee Mora ao Lado”, destaca a atriz  Mel Lisboa que a pós 10 anos, volta a interpretar a roqueira-mor em um musical inédito. Com roteiro assinado pelo jornalista Guilherme Samora, a peça em cartaz no Teatro Porto, até setembro, apresenta a história de Rita com base no livro da cantora, lançado em 2016 e um dos maiores sucessos editoriais do Brasil

Quando Mel Lisboa pisou pela primeira vez em cena como  Rita Lee  em 2014, ela não poderia prever algumas coisas: primeiro, de que seriam meses de casa cheia num dos maiores teatros de São Paulo. Segundo, que a própria cantora apareceria sem avisar, abençoaria sua performance e ainda voltaria para assistir ao espetáculo. Aliás, o trabalho rendeu a atriz prêmios como melhor atriz e a colocou de vez entre os maiores nomes do teatro nacional, com uma frutífera e diversificada carreira. 

No livro, que teve base do roteiro da peça, está a narrativa dos altos e baixos da carreira de Rita com uma honestidade escancarada. A ideia do novo musical surgiu quando Mel gravou a versão em audiolivro, como Rita, em 2022. O público acompanha na nova montagem, uma narrativa envolvente e perfeita para um musical biográfico, que conta do primeiro disco voador avistado por ela ao último porre. Sem se poupar, ela fala da infância e dos primeiros passos na vida artística; de Mutantes e de Tutti-Frutti; de sua prisão em 1976, no período da Ditadura Militar; do encontro de almas com Roberto de Carvalho; das músicas e dos discos clássicos; do ativismo pelos direitos dos animais; dos tropeços e das glórias.

Segundo a atriz, a vida de Rita precisa ser contada e recontada, pois sua existência é, de fato, responsável pela transformação de uma geração. “É curioso que Rita continua a conquistar fãs cada vez mais jovens. Rita não é ‘somente’ a roqueira maior. Ela compôs, cantou e popularizou o sexo do ponto de vista feminino em uma época em que isso era inimaginável. Ousou dizer o que queria e se tornou a artista mais censurada pela ditadura militar. Na época, foi presa grávida. Superou as dificuldades e conquistou uma legião de ‘ovelhas negras’. Se tornou a mulher que mais vendeu discos no país e a grande poetisa da MPB”, declara a Mel Lisboa.

Como diz Rita no livro, seu grande gol é ter feito um monte de gente feliz. E Mel, no palco como Rita, leva a sério essa missão: todas as vezes que encarnou Rita em cena, as pessoas se comportavam como se estivessem num show. Cantando junto, batendo palma e, não raras as vezes, correndo para dançar na frente do palco no “bis” do espetáculo. Certamente, que uma boa pedida para o final de semana.

** Davi Brandão é jornalista com atuação no campo da Comunicação há quase 25 anos, circulando pelos diversos segmentos do entretenimento.

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