O Graffiti #PraCegoVer, projeto artístico-cultural, inova com seu formato de oferecer arte urbana às pessoas com deficiência visual. A iniciativa, que cria um ambiente, surgiu a partir da percepção de que, enquanto as pessoas que enxergam, podem admirar e se emocionar com a magnitude das pinturas de rua, os deficientes visuais são privados dessa experiência e do exercício de cidadania trazido pela democratização da arte urbana.
Com o objetivo de mudar essa realidade, o projeto é pioneiro na criação de murais de grafite em braille e apresenta grafites táteis, acompanhados pelo texto em braile que detalham as formas da imagem, suas cores e dimensões e proporcionam uma experiência completa e imersiva.
“A democratização e a inserção da arte para além do sentido visual, além de inclusiva, que transforma o espaço público, uma vez que a arte manifesta a presença e os discursos de diversos agentes históricos”, relata o curador do projeto, Roberto Parisi.
Após a criação dos desenhos, eles foram digitalizados e transformados em impressões 3D, que são encaixadas e fixadas nos murais, formando três painéis distintos, mas autônomos, que completam a história do projeto quando vistos e experimentados juntos. As placas serão pintadas com spray pelo artista Subtu e ficarão em exposição pública por 60 dias, permitindo que a população tenha uma experiência imersiva e inclusiva com a arte urbana.
As obras contarão a história do projeto Grafitti #PraCegoVer por meio do personagem Yoko, um macaco japonês que simboliza a luta por inclusão, diversidade e representatividade social. A história será contada em três murais diferentes que terão conexão como uma história em quadrinhos, proporcionando uma experiência única aos espectadores.
“Nosso objetivo é difundir a técnica por nós desenvolvida de aplicação tridimensional para Graffiti, fornecendo informações e subsídios para que todos sejam incluídos no Graffiti”, explica o Diretor Artístico, Murillo Denardo.
A exposição pode ser conferida até o próximo dia 19; na Casa da Ciência da UFRJ: Rua Lauro Müller, 3; em Botafogo, Rio de Janeiro.