O exercício de avaliar um filme pede certa subjetividade. É possível, porém, defender apaixonadamente o gosto por “É Fada” (2016), primeiro filme protagonizado pela youtuber Kéfera Buchmann, e reconhecer suas limitações e problemáticas. Para tanto, basta adotar parâmetros objetivos e consensuais. Esse contexto se faz necessário para entender porque “Vingadores: Guerra Infinita” é um filme melhor do que “Vingadores: Ultimato”.

Cena de Vingadores: Ultimato, que estreia nesta quinta-feira (25) nos cinemas brasileiros
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Cena de Vingadores: Ultimato, que estreia nesta quinta-feira (25) nos cinemas brasileiros

É inegável o valor afetivo do mais recente, midiático e definidor filme do universo cinematográfico Marvel para os fãs, mas “Vingadores: Ultimato” tem mais problemas do que muitos gostariam de admitir.

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Do roteiro que exige certa condescendência à duração excessiva, passando por algumas soluções manjadas, o longa se empalidece diante da robustez e ousadia do antecessor.

Não só “Guerra Infinita” tem um ritmo melhor, como é um filme dramática e narrativamente mais organizado sobre os temas que “Ultimato” busca dar relevo: dor, perda, impotência, responsabilidade, etc. O longa é, também, mais corajoso. Além de inverter a lógica e dar o protagonismo ao vilão, a produção se resolve de maneira absolutamente anticlimática e inusitada, tornando todos os demais predicados ainda mais insinuantes.

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Não é o caso em “Ultimato”. O longa se desdobra de maneira convencional e se escora fundamentalmente nas emoções do público para se justificar. “Ultimato” tenta dar conta de diversos personagens, seus anseios e aflições e a conta não fecha. A despeito do arco dos vingadores que ostentam filmes próprios serem satisfatórios, os demais parecem continuar servindo como escada. Um problema verificado em todos os filmes do grupo, com exceção de “Guerra Infinita”.

Chris Evans como o Capitão América em cena de Vingadores: Ultimato
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Chris Evans como o Capitão América em cena de Vingadores: Ultimato

O terceiro ato do novo longa propõe uma catarse coletiva raramente vista no cinema e, também ela, somente possível pelo impacto causado pelo filme anterior, para todos os efeitos um animal de outra natureza dentro da paisagem da Marvel .

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“Vingadores: Ultimato” é um filme que abraça seu tom over sem medo de ser feliz e a recepção da crítica e as projeções de bilheterias para o fim de semana de estreia demonstram que essa decisão, além de estratégica, é acertada. No entanto, essa qualidade, no melhor sentido possível aferido pelo adjetivo, não supera critérios objetivos. “Guerra Infinita” é muito mais bem resolvido enquanto cinema.

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