Já está em cartaz nos cinemas brasileiros o documentário sobre a atriz Maria Alice Vergueiro , 83 anos, que convive desde 2001 com o Mal de Parkinson, mas não se privou do teatro. “Górgona” acompanha a atriz durante os cinco anos de trabalho com a peça “As Três Velhas”, a qual ela também dirigiu. O documentaristas Fábio Furtado, que faz parte da companhia Pândega, e Pedro Jezler acompanharam os bastidores da montagem da maneira menos transformadora possível.
Leia também: “QueerMuseu”: o impacto da mostra seis meses depois
“Primeiro queríamos fazer um filme sobre aquele conjunto de atores e testemunhar como a arte nascia”, diz Fábio Furtado à coluna. “Aos poucos fomos nos voltando para Maria Alice e percebemos que seria um filme sobre ela. Aí fomos fazendo algumas opções”, relata antes de informar que não fizeram uma pergunta sequer ao longo das filmagens e que se mantiveram no campo da observação dos atores nas coxias, “na plenitude teatral”. O poderoso nome do filme, “Górgona” , surgiu no fim do processo de edição.
Leia também: "Arábia" tenta sensibilizar Brasil insensível às histórias dos marginalizados
“Não foi uma decisão intencional”, admite Furtado. “Ele surgiu durante o processo de montagem e achamos adequados. As górgonas são essas figuras mitológicas profundas e uma delas em especial chama a atenção; a Medusa, que petrifica as pessoas. E ela está rindo do nosso estupor. Isso refletia em parte a própria Maria Alice que vivia esse questionamento de como viver em face da doença, da perspectiva da morte ... é um grande mistério e não queríamos um título descritivo, como ‘Maria Alice: um retrato’ em hipótese alguma”.
O cineasta refuta a tese de que o documentário seja um testamento artístico de Maria Alice Vergueiro, ainda que entenda porque essa interpretação é possível. “Não queríamos que acontecesse como algo póstumo, mas que ela pudesse se ver neste retrato e pudesse dialogar com ele e com a gente”.
E por falar em teatro...
A atriz Nathalia Rodrigues estreia nesta terça-feira (3) peça nova em São Paulo. “O inevitável Tempo das Coisas” entra em cartaz no Teatro Sergio Cardoso. O suspense psicológico escrito por Wagner D'Ávilla, conta a história de dois desconhecidos que sentem uma forte atração a partir de um Déjà Vu, que desafia a ideia de tempo e gera uma constante tensão entre o que é real, ilusão e memória. Com encenação de José Roberto Jardim e montagem com direito a vídeo-instalação, criada pelo premiado Coletivo BijaRi.
Felicidade se chama Maya
Nasceu às 11h desta segunda-feira (2) Maya Brito, primeira filha do apresentador André Vasco e de sua esposa, Vivian Krybus. A menina veio ao mundo com 50 cm e 3,605 kg. Ela e os pais, felicíssimos, passam bem.
Leia também: Lollapalooza tem problemas com transporte e motorista tenta agredir passageiros
Mais “Górgona”
Em seu papo com a coluna, Fábio Furtado lamentou que um projeto como o de “Górgona” tenha que ser produzido de maneira independente, “já que é muito difícil chegar em um edital e argumentar que quer fazer um documentário sobre tal atriz e que o processo irá dizer como o filme vai ficar, etc”. Nesse sentido, Furtado vislumbra um paralelo com o teatro. “Parece não existir interesse por certo tipo de teatro, assim como não se tem por determinado tipo de cinema”.