Morreu na madrugada deste sábado (16) no Rio de Janeiro, o cantor, compositor e violinista Carlos Lyra, aos 90 anos de idade. Ícone da Bossa Nova, ele foi o autor das canções "Maria Ninguém" e "Lobo Bobo", famosas na voz de João Gilberto.
Lyra teria sido internado na quinta-feira em um hospital na Barra da Tijuca, com um quadro de febre. Segundo informações, uma infecção por bactéria teria piorado o estado de saúde do cantor. A morte foi confirmada pela esposa, Magda Botafogo.
De acordo com o 'RJTV' (Globo Rio), o velório será fechado a familiares e amigos do artista e acontecerá neste domingo (17), no Crematório e Cemitério Vertical Memorial do Carmo, no Rio.
A equipe do cantor e compositor lamentou a perda pelas redes sociais. "É com imensa tristeza que comunicamos a passagem do compositor Carlos Lyra, nesta madrugada, de forma inesperada. A todos, agradecemos o carinho", dizia a legenda da publicação.
Além da esposa, ele deixa uma filha, Kay Lyra, de 52 anos, fruto do antigo casamento com a atriz e ex-modelo norte-americana Kate Lyra.
Vida e obra de Carlos Lyra
Carlos Lyra nasceu em 11 de maio de 1933, no Rio de Janeiro. Carlinhos, como foi apelidado carinhosamento pelos mais próximos, foi um dos principais expoentes da Bossa Nova, ao lado de artistas como Tom Jobim e João Gilberto.
Uma parceria com Vinicius de Moraes resultou em clássicos da música brasileira, como "Coisa mais linda" (1961), "Você e eu" (1961), "Marcha da quarta-feira de cinzas" (1963), "Minha namorada" (1964), Primavera (1964) e "Sabe você" (1964).
A dupla também foi a responsável pelo hino da União Nacional dos Estudantes (UNE), na época em que Lyra ajudou na criação do Centro Popular de Cultura (CPC) da instituição.
Poucos dias antes de sua morte, Carlos Lyra recebeu uma homenagem do Sesc por seus 90 anos de vida. Trata-se do lançamento do álbum "Afeto", com 14 faixas que incluem seus maiores sucessos nas vozes de intérpretes como Gilberto Gil, Joyce Moreno, Mônica Salmaso e Wanda Sá.