Fãs enfrentaram perrengues para assistirem aos shows do RBD
Reprodução/ Instagram/ Arquivo pessoal/ Joemerson Valentim
Fãs enfrentaram perrengues para assistirem aos shows do RBD

Os fãs do RBD, finalmente, estão curtindo Anahí, Dulce Maria, Maitê Perroni, Christian Chávez e Christopher von Uckermann juntos no Brasil.  Os admiradores do grupo passaram por poucas e boas para a conclusão do sonho: foram filas quilométricas, bate-bocas, ameaças e gastos extras. O RBD se apresentou nos dias 9 e 10 de novembro, no Rio de Janeiro, e segue com a turnê no Brasil nos dias 12, 13, 16, 17, 18 e 19 de novembro, em São Paulo.

O iG Gente descobriu a história do casal Jomerson e Amanda Gabriela, que nutre o amor pelo RBD, além de transformar a música do grupo em incentivo para momentos difíceis da vida. Há um ano, no fim de 2022, foi anunciada a Soy Rebelde Tour, a turnê de reencontro do RBD. Surpresos e ansiosos, assim que souberam dos shows, os fãs começaram a se organizar para acampar, conseguir ingressos e, posteriormente, buscar um bom lugar na pista.

"A gente ficou ciente que eles iam divulgar uma informação importante para o mundo, mas a gente não imaginava que eram os shows, até porque sabíamos das dificuldades dos integrantes de se reunirem. Mas fomos lá no Ibirapuera para ver esse anúncio que foi um caos. A gente só conseguiu entrar lá na terceira sessão", narra o fã Joemerson Valetim, de 26 anos, sobre o anúncio feito no Parque Ibirapuera, em São Paulo, ao iG Gente.

Ao saber dos shows, o alagoano, que vive na capital paulista, entrou em estado de desespero. "A gente sabia que ia ser muito corrido para conseguir esses ingressos", explicou ele.

Joemerson e a esposa Amanda Gabriela, então, se prepararam para comprar os ingressos online. Mas não conseguiram. Eles usaram dois notebooks e quatro celulares na tentativa. O casal ficou decepcionado, mas com esperança de shows extras e assim aconteceu.

Fila para ingressos contou com perrengues, brigas e ameaças

Eles decidiram enfrentar a fila do presencial, que estava localizada no Estádio do Pacaembu, para tentar garantir um ingresso. "A gente encontrou um grupo no Facebook, com umas 30 pessoas. Eu entrei em contato com eles e perguntei se daria para gente ingressar no grupo. E aí, a gente ingressou", conta Joemerson.

O jovem, a esposa e os amigos passaram a revezar a permanência na fila que durou uma semana. O casal têm um filho de três anos e, por isso, precisou de ajuda para acampar pelos ingressos. "A mãe da minha esposa acabou ficando com o nosso filho. Eu ia trabalhar. Após o trabalho, eu ia para fila. Como tenho a frequência de horário diferente da minha esposa, quando eu ia trabalhar, ela ia para a fila. A gente revezava com a galera, mais ou menos, umas quatro horas por dia", relembra.

Joemerson Valentim, esposa e amigos na fila para comprarem os ingressos no Pacaembu
Arquivo pessoal/ Joemerson Valentim
Joemerson Valentim, esposa e amigos na fila para comprarem os ingressos no Pacaembu

Joemerson relata que eles também se revezavam para ir ao banheiro e comer. Os sanitários usados eram o de um posto de gasolina da região, já que os do Pacaembu eram um "nojo", segundo o jovem.

Mas os fãs não enfrentaram só cansaço de ficar dia e noite na fila. Eles tiveram que encarar pessoas burlando as regras de compra e brigas aos arredores do estádio. "Estavam usando muito idosos para poder fazer a compra dos ingressos. Eu acredito que eles estavam pagando os idosos porque eles têm a entrada preferencial para comprar os ingressos... Acabou que isso virou um caos, com muitos idosos lá", conta ele.

Contudo, Joemersom diz que o maior perrengue foi o conflito dos fãs contra cambistas. "Além de furarem a fila, os cambistas ameaçaram a gente lá. Falaram que se a gente fosse denunciar, eles iam pegar a gente depois".

O grupo onde o alagoano estava inserido, inclusive, adotou uma estratégia para evitar que cambistas furassem a fila. Eles colocaram pulseiras numeradas em todas as 30 pessoas da barraca. Além disso, pediram escolta da polícia após a compra dos ingressos, já que estavam com medo de alguma violência dos cambistas.

Fila para compra de ingressos no estádio do Pacaembu
Arquivo pessoal/ Joemerson Valentim

Fila para compra de ingressos no estádio do Pacaembu

Joemerson ressalta que, embora as autoridades tenham sido solícitas, elas demoraram a chegar. "No último dia foi muito complicado porque teve cambista que tava querendo furar [fila], não tinha autoridade para dar suporte. Só foi a partir das 22h que chegou a polícia civil, que colocou ordem lá", relembra.

Após o medo e o desespero, Joemerson se entregou à ansiedade e para a felicidade de realizar o sonho de ver a banda que tanto ama.

Acampamento por um bom lugar no show

O alagoano vai ao show do dia 12 de novembro com a esposa, mas optou por não acampar para conseguir lugar. Ele explicou que não se importa em não pegar a grade e que, apenas, queria garantir a presença do casal na experiência. Assim, Joemerson e Amanda marcaram de chegar ao Estádio Morumbi às 18h, deste sábado, dia 11.

O jovem conta que a sogra cuidará do filho, mais uma vez, esse fim de semana, para que ele e a esposa possam chegar um dia antes das aberturas dos portões. "Vamos apenas com a roupa do corpo e blusa de frio, caso o tempo mude. Também alugamos um hotel apenas para tomar banho", conta Joemerson, que revela ter gastado cerca de R$ 7 mil com os ingressos, acampamento e hotel.

Sonhos realizados

Mesmo com todos os perrengues, os fãs comemoram a realização do sonho. O RBD se separou em 2008 com a turnê Tour del Adiós, que também passou pelo Brasil. Joemerson e Amanda Gabriela não foram ao show de despedida há 15 anos. A esposa do gerente de loja até tentou, mas não tinha condições financeiras.

Ao final da conversa, o alagoano ainda se emociona ao contar que teve a ideia de fazer uma tatuagem em homenagem ao RBD com a frase "No pares nunca de soñar", dita por Dulce Maria. Joemerson relata que o amor pela banda salvou ele da depressão, quando a esposa perdeu o primeiro filho do casal.

Joemerson fez uma tatuagem em homenagem ao RBD
Arquivo pessoal/ Joemerson Valentim

Joemerson fez uma tatuagem em homenagem ao RBD

"Essa frase tem um significado muito importante para a gente, a gente nunca parou de sonhar. Acredito que a partir do momento que o ser humano para de sonhar a vida não faz mais sentido", reflete ele, que conta que, com esse sentimento, teve forças para realizar o sonho de ser pai e de enfrentar os desafios para ver os ídolos no palco.








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