Cena de
REPRODUÇÃO/ NETFLIX
Cena de "Ilhados com a Sogra", reality da Netflix

Severina, uma das personagens mais marcantes de "Ilhados com A Sogra", reality da Netflix, esteve no AUÊ, programa de entretenimento do iG Gente, nesta quarta-feira (1). Na conversa, a participante falou das dificuldades financeiras que enfrenta após a atração e ainda desabafou sobre o racismo sofrido no programa.

Após participar de "Ilhados com A Sogra", Severina foi às redes sociais avisar que ainda está trabalhando como diarista, já que não tinha recebido propostas publicitárias, como outras pessoas do elenco, e tinha "boletos para pagar". No AUÊ, ela refletiu sobre a falta de oportunidades.

"Mesmo com esse público cativo, que me ama, talvez eu não tenha a empatia de uma grande marca que se interesse pela minha figura", iniciou ela.

Em seguida, Severina, que é formada em magistério, fez um apelo: "Minha profissão, nos últimos 20 anos, é no trabalho doméstico. Gostaria muito de trabalhar com marcas produtos de limpeza, que é com o que trabalho nos últimos anos... estamos aí".

A participante ainda pontuou que nem a filha Mayara e nem o genro Thyago, que também participaram do reality, foram chamados para campanhas ou receberam alguma oportunidade aqui fora. Ela destaca que a filha é atriz, formada pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Thy, comunicador.

Racismo

Em outro momento, Severina falou da reação dos participantes ao descobrirem uma estratégia dela com Thyago no reality. Os dois começaram o jogo brigados. A sogra da família Tenório estava magoada por ainda não ter conhecido o genro, que já namorava a filha há um ano. Ao entrarem no programa, eles conversaram e se acertaram. No entanto, decidiram não expor a reconciliação aos colegas ilhados, pensando que isso lhes daria algum tipo de vantagem no jogo. Ao perceberem que a tática não tinha sentido, já que os pontos só vinham pelas provas físicas, Severia e Thy revelaram a estratégia.

Os participantes da atração se revoltaram com o acordo da dupla e se voltaram contra eles. A diarista, então, classificou a reação como "total exagero". "Foi um desculpa utilizada para rechaçar a família Tenório", completou ela.

Ao ser questionada se tal reação estaria ligada com algum tipo de preconceito, Severina, que saiu do Nordeste para tentar a vida no Sudeste, disse: "Esse racismo estrutural, essa questão da xenofobia, da classe social, é uma questão muito comum nessa hierarquia de ambientes. Lá foi só uma lente de aumento do que vivemos aqui fora".

Ela ainda fez questão de mostrar uma manifesto que escreveu sobre o tema:

"Manifesto ao Deus Afro.

Negro, negritude, negrasse, negro-arte, negro-face. Negro, pele, suor e lágrima. Ser negro não é só um tom. Ser negro é a cor do som. Som do gueto, na viela, na favela. Alô Mandela. Ser negro não é luta armada. Ser negro é a caminhada. Ser negro é o meu direito, direito de ir e vir, respeito aos meus erros e acertos, respeito também a minha história. Me acorrentaram. Me aprisionaram. Me troxeram escravo do seu escárnio. Na minha África Mãe descendo de rei. Minha ancestralidade desrespeitaram. Do meu passado sou 'filho ardário', de força e de inteligência. Só me admira a sua consciência, que julga e aponta o dedo. E qual é o seu segredo?  O que lhe faz ser melhor? Pois, em mim, se tem um negro, um negro retinto só. Se até o Sol me respeita, poupando minha melanina reluzente, negrasse, eu tenho em mente que o meu destino é brilhar. Brilhar igual ao rei Sol. Brilhar esse é o meu lugar. E, aos que não aceitam, desculpe eu só tenho dó", leu, emocionada.

Veja a entrevista completa:




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