Victor Meyniel diz que porteiro o arrastou para abrir passagem

Ator foi vítima de agressões por homofobia no último sábado (2); entenda o caso

Foto: Reprodução/Instagram - 05.09.2023
Ator Victor Meyniel foi agredido no Rio de Janeiro

O ator Victor Meyniel, de 26 anos, foi espancado no último sábado (2), na portaria de um prédio, em Copacabana, Rio de Janeiro . Além das agressões de Yuri de Moura Alexandre, o ator sofreu com a negligência do porteiro Gilmar José Agostini, que presenciou o espancamento e nada fez para ajudar o jovem agredido.


Yuri está preso preventivamente. Já o porteiro foi autuado por omissão de socorro . As câmeras de segurança do prédio registraram tanto as agressões de Yuri, como a omissão do porteiro, que, em depoimento na 12ª DP (Copacabana), justificou a passividade frente ao acontecimento com a explicação de “que não gosta de se meter na vida dos outros nem dos vizinhos”.


Ainda em depoimento, Gilmar declarou que “após alguns minutos” decidiu ajudar Victor e informou o síndico da agressão, que, posteriormente, chamou a polícia. A  versão é incompatível com a defendida por Victor Meyniel, que afirmou ter sido ele próprio a pedir socorro para a polícia.


Como tudo começou

Em uma boate de Copacabana, a Substantion Clube, Victor Meyniel e Yuri de Moura Alexandre teriam se conhecido. Após isso, eles foram para o apartamento de Yuri. De acordo com Meyniel, em entrevista ao jornal O Globo, os dois se beijaram, beberam vinho e tudo ocorria normalmente até que uma amiga de Yuri chegou.


“Ficou agressivo e me xingava a todo instante. Não entendi a atitude dele comigo. Há alguns segundos, ele estava um amor de pessoa. Será que era algum transtorno de personalidade? Ou ele não era seguro da própria sexualidade? Não importa. Nada justifica uma agressão”, contou ao jornal O Globo.


O ator também pontuou: “Ele me jogou para fora do apartamento com muita violência. Caí no chão, em frente à porta, descalço”. Victor destacou que, após descer o elevador, as agressões continuaram na portaria, onde o porteiro presenciou tudo.


“Foram cerca de dez minutos de agressão . Yuri me jogou no chão e me deu diversos socos no rosto e nos braços. Eu gritava por socorro, mas não tinha ninguém para me ajudar”, lembrou em entrevista ao jornal O Globo.


Omissão de socorro

Na portaria, o artista relembrou que não teve o apoio de ninguém . “O porteiro ficou olhando Yuri me espancar e não ajudou. Ele até abriu o portão para ele passar e ir à academia”, disse ao O Globo.


“Sozinho, tentei me levantar e chamar a polícia. Até perguntei por que o porteiro não quis me ajudar. Enquanto estava caído, quase desacordado, o porteiro segurou a minha mão e me arrastou porque eu estava atrapalhando a passagem”, acrescentou.


O ator  enfatizou que não deixaria de ajudar uma pessoa que estivesse sendo agredida. “Não queria que ele fosse um herói, apenas que tivesse sido humano. No lugar dele, se tivesse visto alguém sendo agredido, teria ajudado. Isso é uma questão de empatia. Meu rosto doí, minha mandíbula doí. A alma por si só está dolorida”, salientou em entrevista ao O Globo.