Léa Garcia morreu aos 90 anos
Reprodução/Instagram - 15.08.2023
Léa Garcia morreu aos 90 anos

A organização do Festival de Gramado anunciou que não serão entregues troféus, nesta terça-feira (15), em respeito a Léa Garcia, que  morreu nesta madrugada, aos 90 anos, após um infarto. A atriz iria receber o Oscarito ao lado da colega de profissão e amiga Laura Cardoso. Uma coletiva de imprensa, que estava marcada para as 14h, também foi cancelada. A homenagem às atrizes será remarcada e o troféu será entregue à família de Léa.

No entanto, o restante da programação do festival será mantido, com a exibição dos filmes Ela Mora Logo Ali, de Fabiano Barros e Rafael Rogante, O Barulho da Noite, de Eva Pereira, Remendo, de Roger Ghil, e Da Porta pra Fora, de Thiago Foresti. As atividades serão cumpridas com luzes mais baixas devido à morte da atriz.

Antes de anunciarem as alterações, a equipe do Festival publicou uma nota de pesar pela morte de Léa. "É com pesar que a organização do Festival de Cinema de Gramado informa que a atriz Léa Garcia faleceu na madrugada de hoje (15), no hotel que estava hospedada em Gramado", iniciou o informe.

"Dona Léa Garcia havia chegado a Gramado no último sábado (12) acompanhada do filho, Marcelo Garcia. A atriz circulava diariamente pelo evento, onde acompanhou diversas sessões no Palácio dos Festivais. Em uma de suas passagens pelo tapete vermelho, a atriz afirmou ao portal Acontece Gramado ter “um enorme prazer em estar mais uma vez em Gramado. Esse calor, essa receptividade com a qual a cidade nos recebe. Aqui tem um leve sabor de chocolate no ar. Obrigado a todos que fazem o festival, que participam e que concorrem. Aqui me sinto sempre prestigiada”, continuou. 

O festival, então, relembrou a carreira da atriz: "Léa Garcia possuía uma história antiga com Gramado, conquistando Kikitos de melhor atriz pelo longa Filhas do Vento (2004) e pelos curtas  Hoje Tem Ragu (2008) e Acalanto (2013). Aos 90 anos, a veterana detinha de um currículo com mais de cem produções, incluindo cinema, teatro e televisão. Com uma célebre trajetória nas artes, foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes em 1957 por sua atuação no filme Orfeu Negro que, em 1960, ganharia o Oscar de melhor filme estrangeiro, representando a França". 

"Atuando em produções para televisão, cinema e teatro, Léa consolidou uma carreira de papéis marcantes em produções como Selva de Pedra, Escrava Isaura, Xica da Silva e O Clone. Foi peça fundamental na quebra da barreira dos personagens tradicionalmente destinados a atrizes negras. Tornou-se, assim, uma referência para jovens atores e admirada pela qualidade de suas atuações. Dona Léa seguia ativa nas artes cênicas. Em 2022, atuou nos longas Barba, Cabelo e Bigode, Pacificado e O Pai da Rita. Ontem (14) havia confirmado negociações com a TV Globo para atuar no remake da novela Renascer", completou a nota.

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