Andreas Kisser falou mais detalhes da morte da esposa, Patrícia Kisser. A médica faleceu em julho, aos 52 anos, vítima de câncer de cólon. O guitarrista do Sepultura relembrou como foram os últimos dias ao lado da esposa.
"Eu percebi que a coisa estava muito feia quando eu estava na Europa com a Sepultura fazendo turnê [...]. A médica me mandou uma mensagem dizendo que queria falar comigo [...]. Liguei para a médica, e ela disse ‘a coisa está assim, seria melhor que você estivesse aqui’ [...]", contou, ao "Conversa com Bial".
Ele afirmou que a banda organizou outro guitarrista para a turnê. "Quando cheguei fiquei dois dias maravilhosos com ela [...], mas estava com as máquinas. Estavam, na verdade, desmamando ela das máquinas para ver como ela reagiria", afirmou.
O músico relembrou que foi difícil ver os momentos finais da esposa, principalmente por ela estar consciente e sofrendo. "Cheguei numa segunda-feira e, infelizmente, na quarta-feira ela deu uma caída, e, a partir dali, a coisa não voltou mais. As notícias ficaram pesadas. Tive que ouvir que a situação era irreversível, que teria de entrar a equipe do paliativo", contou.
"A Patricia estava consciente até o fim, o caso dela era um caso clássico de eutanásia, se tivéssemos isso na lei brasileira legalmente, poderíamos ter utilizado esse artifício na situação dela, porque ela estava consciente, não aguentava mais, o corpo não aguentava mais, uma situação irreversível”, disse.
No próximo dia 28, Andreas irá realizar o "PatFest", em São Paulo. A ideia é homenagear Patrícia e arrecadar renda para a comunidade compassiva. "É uma semente que queremos plantar para trazermos o assunto morte à tona, e as possibilidades de morte que a gente pode ter na vida, como o testamento vital, comunidade compassivo, tudo isso que eu não sabia”, comentou.