Uma rotina espartana, exaustiva e cheia de regras que, se burladas, levariam à uma suspensão e até, quem sabe, um desligamento prematuro. A vida de uma Paquita não era fácil, embora fosse o sonho de quase toda menina nos anos 1990, época de maior sucesso do “Xou da Xuxa”. Foi durante cinco anos o período de Ana Paula Almeida, que está lançando o livro “Pituxita Bonequinha — Minha Vida de Paquita, no qual conta sua trajetória no programa e parte dos bastidores comandados por Marlene Mattos com mãos de ferro.
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Chamada de general, Marlene näo dava mole para Xuxa, que era Rainha dos Baixinhos, o que dirá para suas súditas. Num dos capítulos do livro, Ana Paula detalha o manual das Paquitas, que previa “disciplina em tudo, durante 24 horas, dentro e fora do programa”.
“Não frequentar boates, bares e festas fechadas ou não; não sair à noite; não ter namorado ou paqueras; não beijar na boca (nunca); nunca sair desacompanhada dos pais; andar sempre com a barriga encolhida; frequentar aulas de etiqueta”, narra a ex-Paquita em sua biografia artística sobre alguns dos itens da lista seguidas por ela e suas companheiras de trabalho.
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Outras regras como tratar os fãs muito bem, ser pontual, tirar boas notas e ler bastante eram fiscalizadas de perto pelo exército comandado por Marlene. "A vida de Paquita era glamourosa, mas a nossa rotina era como a de um soldado. Vestíamos roupas de soldadinhos e tínhamos uma rotina que incluía aulas de dança e canto, e obrigatoriamente, tínhamos que ter boas notas na escola, além de cuidar muito bem da nossa aparência, narra Ana Paula.
Quem aliviava um pouquinho a bronca de Marlene e fazia o cotidiano ser mais leve era a própria Xuxa, como conta a loira, numa especi de devoção pela apresentadora. Foi ela, por exemplo, que soube da paquera entre Ana paula e Rafael Ilha, na época um ídolo teen e líder da banda Polegar. "Foi com a Xuxa que eu abri meu coração. Nós estávamos apaixonadose nosso namoro, se é que assim se pode dizer, não era nada convencional. Namorávamos por cartas. Rafael foi meu namorado de um beijo só, que aconteceu através da nossa 'cupida Paquitita', tatiana Maranhõ, nos escurinhos do cinema. Minha mãe nunca sonhou com isso, senão me matava! Foi nosso único beijo e não me lembrava nem de ter rolado língua", recorda.
Apesar de ter vivido algumas polêmicas na vida pessoal, Ana Paula decidiu não colocá-las no livro, assim como não fala do namoro com Romário nem de picuinhas com outras Paquitas. Ao fim do livro, inclusive, faz uma homenagem a elas, nomeando cada uma que passou pelo programa e com as quais conviveu.